domingo, 12 de dezembro de 2010

Manifesto pelas mães

Há uns dias atrás eu vi no Facebook uma imagem que me chamou a atenção. Na imagem tinha a seguinte frase:
"Se você opta por ficar em casa, é acomodada. Ou madame. Se decide trabalhar, é ausente. Você não sabe pra que lado correr. Você é mãe."
Achei o máximo, pois me enquadro na mãe que optou pelos filhos e, por tanto sou considerada acomodada, folgada, encostada e outros adjetivos assim fofos...
Vi que era um manifesto pelas mães, mas achei que fosse só aquela imagem e não cliquei nela.
Passou muitos dias que vi a imagem e eis que vejo novamente no facebook algo sobre esse manifesto. Resolvi entrar para ver o que é e simplesmente vi que 1000 pessoas assinaram o manifesto. SOMENTE 1000 pessoas! Por quê? Será que muitos viram a imagem, curtiram e não buscaram para saber sobre o que se tratava, como eu fiz da primeira vez? Será que as pessoas não valorizam suas mães? Será que as mães não se valorizam? Será que ninguém acha importante divulgar?
Aí fiquei chateada pra caramba! Só 1000 pessoas! Nessa rede gigante de mães pela internet só 1000 pessoas assinaram esse manifesto? Aí resolvi colocar aqui! Não vou copiar o manifesto aqui, pois não pedi autorização, mas peço que entrem aqui e leiam o MANIFESTO PELA VALORIZAÇÃO DA MATERNIDADE. Depois assinem e divulguem! Esse manifesto foi escrito em junho e só tem 1000 asinaturas! Na barra lateral aqui do blog eu coloquei as imagens! Olhem lá!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Querer querer...

Agora eu estava em dúvida se escrevia aqui ou se postava no Coisinhas de Mãe. Resolvi postar aqui pois já passei por isso e acho que tem muito mais há ver com coisas minhas do que com o universo materno.
Quando estava grávida do Pietro eu queria um parto normal. Mas eu queria muito querer de verdade um parto normal. Na verde eu não estava preparada para enfrentar um parto normal depois de duas cesáreas, eu não estava preparada para as dores do parto, não estava preparada para não saber quando o meu filho ia nascer, não estava preparada para EU fazer ele nascer! Eu queria muito um parto normal, mas eu não queria o pacote completo que vinha com ele.
Lembro que ficava lá no meu íntimo (e isso eu nunca contei para ninguém, nem para o Rafa) torcendo para que uma cesárea fosse realmente necessárea!
Pára tudo! Deixa eu explicar melhor! Não queria que meu bebê ficasse mal ou algo assim. Eu queria que alguém olhasse para mim e falasse: olha, tem pouco líquido, cordão no pescoço, você está com anemia ou qualquer baboseira dessas para que eu fosse para uma cesárea com a cabeça mais leve. Fiz um USG com 36 semanas: bebê cefálico, liquido ok, cordão bem longe do pescocinho, dorso à esquerda. E com 38 semansa e 1 dia nasceu o Pietro por cesárea. Ele estava encaixadinho já... Chorei por muito tempo pensando na minha covardia, na minha falta de coragem. E pensava nas inúmeras conversas que tive com ele quando ele ainda estava na minha barriga. Eu falava que eu queria que ele nascesse de parto normal, pedia para ele ficar cefálico, conversava sobre o parto... Aí depois eu pensava no quanto eu tinha sido fraca, covarde, no quanto eu tinha enganado a mim e ao meu filho antes mesmo dele nascer! Olhava aquele bebezinho tão pequeno e ficava imaginando que daquele tamanico ele já tinha acreditado em mim, pois até encaixado ele estava (o Henrique não encaixou, foi tirado antes).
Cerca de um mês após o parto eu voltei para a lista de parto que eu participava e em meio aos emails solidários que recebi eu recebi um que me deixou FURIOSA. Era da AC e dizia que cada um tem o parto que se acha merecedora. Eu fiquei tão brava! Fiquei pensando no motivo dela ter falado isso sem nem ao menos me conhecer! Mas vamos aos fatos daquela época:
-eu queria ter meu filho no Santa Joana, afinal lá era chique e bonito;
-eu queria me sentir completamente segura e, apesar de eu pensar em PD eu tinha era medo;
-eu tinha vergonha de gritar, medo de sentir dor, medo de ter medo...
Foi um conjunto de fatores que me levaram para a terceira cesárea. E eu não merecia um parto normal. Não quando eu estava procurando um motivo para não tê-lo. Não merecia e não achava que conseguiria. Por isso eu rezava lá no meu íntimo, escondido até mesmo de mim, para que "aparecesse" alguma coisa que justificasse uma cesárea.
Hoje eu li uma mensagem na lista sobre parto de uma moça que estava assustada com o resultado do exame de USG dela: pouco líquido e cordão enrolado no pescoço. Não conheço essa moça para falar se ela quer realemnte um PN ou se quer muito querer. Mas esse tipo de email eu conheço, pois eu mesma cheguei a mandar para a lista e para algumas meninas da lista.
Se fosse comigo hoje, se eu fizesse um exame desse hoje e minha GO viesse falar em cesárea eu ia parir em um hospital público hehehe
Hoje, depois de todas as escolhas que eu fiz para conseguir parir o Francisco eu entendo o que a AC falou para mim há quase 3 anos atrás. Quando decidi ter mais um filho, aquela frase que eu tinha lido martelava na minha cabeça ainda e eu queria me sentir merecedora do meu parto. E assim eu busquei. Assim eu escolhi. Sabendo das minhas fraquesas eu me cerquei para que não caisse no conto da cesárea: fiz pré-natal em hospital público onde o GO não tem o menor interesse em internar a paciente para fazer uma cesárea, já que não é ele quem vai fazer. Falei que só tinha uma cesárea para não ficar ouvindo bobagens sobre o enorme risco que eu corria! E foi assim que eu consegui. E foi assim que eu mereci meu lindo parto natural depois das minhas três cesáreas eletivas.
Entrei em TP com 39 semanas e 4 dias. O bebê estava alto, com dorso à direita. Se tinha muito ou pouco líquido eu não sei, pois o ultimo USG que eu havia feito eu estava de 32 semanas. Se ele tinha cordão no pescoço eu tbm não sabia, mas eu sabia que isso não importava para um PN e isso é que era importante. Eu sabia que podia parir, independente de terem me dito que não seria possível!
E eu pari!