domingo, 12 de dezembro de 2010

Manifesto pelas mães

Há uns dias atrás eu vi no Facebook uma imagem que me chamou a atenção. Na imagem tinha a seguinte frase:
"Se você opta por ficar em casa, é acomodada. Ou madame. Se decide trabalhar, é ausente. Você não sabe pra que lado correr. Você é mãe."
Achei o máximo, pois me enquadro na mãe que optou pelos filhos e, por tanto sou considerada acomodada, folgada, encostada e outros adjetivos assim fofos...
Vi que era um manifesto pelas mães, mas achei que fosse só aquela imagem e não cliquei nela.
Passou muitos dias que vi a imagem e eis que vejo novamente no facebook algo sobre esse manifesto. Resolvi entrar para ver o que é e simplesmente vi que 1000 pessoas assinaram o manifesto. SOMENTE 1000 pessoas! Por quê? Será que muitos viram a imagem, curtiram e não buscaram para saber sobre o que se tratava, como eu fiz da primeira vez? Será que as pessoas não valorizam suas mães? Será que as mães não se valorizam? Será que ninguém acha importante divulgar?
Aí fiquei chateada pra caramba! Só 1000 pessoas! Nessa rede gigante de mães pela internet só 1000 pessoas assinaram esse manifesto? Aí resolvi colocar aqui! Não vou copiar o manifesto aqui, pois não pedi autorização, mas peço que entrem aqui e leiam o MANIFESTO PELA VALORIZAÇÃO DA MATERNIDADE. Depois assinem e divulguem! Esse manifesto foi escrito em junho e só tem 1000 asinaturas! Na barra lateral aqui do blog eu coloquei as imagens! Olhem lá!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Querer querer...

Agora eu estava em dúvida se escrevia aqui ou se postava no Coisinhas de Mãe. Resolvi postar aqui pois já passei por isso e acho que tem muito mais há ver com coisas minhas do que com o universo materno.
Quando estava grávida do Pietro eu queria um parto normal. Mas eu queria muito querer de verdade um parto normal. Na verde eu não estava preparada para enfrentar um parto normal depois de duas cesáreas, eu não estava preparada para as dores do parto, não estava preparada para não saber quando o meu filho ia nascer, não estava preparada para EU fazer ele nascer! Eu queria muito um parto normal, mas eu não queria o pacote completo que vinha com ele.
Lembro que ficava lá no meu íntimo (e isso eu nunca contei para ninguém, nem para o Rafa) torcendo para que uma cesárea fosse realmente necessárea!
Pára tudo! Deixa eu explicar melhor! Não queria que meu bebê ficasse mal ou algo assim. Eu queria que alguém olhasse para mim e falasse: olha, tem pouco líquido, cordão no pescoço, você está com anemia ou qualquer baboseira dessas para que eu fosse para uma cesárea com a cabeça mais leve. Fiz um USG com 36 semanas: bebê cefálico, liquido ok, cordão bem longe do pescocinho, dorso à esquerda. E com 38 semansa e 1 dia nasceu o Pietro por cesárea. Ele estava encaixadinho já... Chorei por muito tempo pensando na minha covardia, na minha falta de coragem. E pensava nas inúmeras conversas que tive com ele quando ele ainda estava na minha barriga. Eu falava que eu queria que ele nascesse de parto normal, pedia para ele ficar cefálico, conversava sobre o parto... Aí depois eu pensava no quanto eu tinha sido fraca, covarde, no quanto eu tinha enganado a mim e ao meu filho antes mesmo dele nascer! Olhava aquele bebezinho tão pequeno e ficava imaginando que daquele tamanico ele já tinha acreditado em mim, pois até encaixado ele estava (o Henrique não encaixou, foi tirado antes).
Cerca de um mês após o parto eu voltei para a lista de parto que eu participava e em meio aos emails solidários que recebi eu recebi um que me deixou FURIOSA. Era da AC e dizia que cada um tem o parto que se acha merecedora. Eu fiquei tão brava! Fiquei pensando no motivo dela ter falado isso sem nem ao menos me conhecer! Mas vamos aos fatos daquela época:
-eu queria ter meu filho no Santa Joana, afinal lá era chique e bonito;
-eu queria me sentir completamente segura e, apesar de eu pensar em PD eu tinha era medo;
-eu tinha vergonha de gritar, medo de sentir dor, medo de ter medo...
Foi um conjunto de fatores que me levaram para a terceira cesárea. E eu não merecia um parto normal. Não quando eu estava procurando um motivo para não tê-lo. Não merecia e não achava que conseguiria. Por isso eu rezava lá no meu íntimo, escondido até mesmo de mim, para que "aparecesse" alguma coisa que justificasse uma cesárea.
Hoje eu li uma mensagem na lista sobre parto de uma moça que estava assustada com o resultado do exame de USG dela: pouco líquido e cordão enrolado no pescoço. Não conheço essa moça para falar se ela quer realemnte um PN ou se quer muito querer. Mas esse tipo de email eu conheço, pois eu mesma cheguei a mandar para a lista e para algumas meninas da lista.
Se fosse comigo hoje, se eu fizesse um exame desse hoje e minha GO viesse falar em cesárea eu ia parir em um hospital público hehehe
Hoje, depois de todas as escolhas que eu fiz para conseguir parir o Francisco eu entendo o que a AC falou para mim há quase 3 anos atrás. Quando decidi ter mais um filho, aquela frase que eu tinha lido martelava na minha cabeça ainda e eu queria me sentir merecedora do meu parto. E assim eu busquei. Assim eu escolhi. Sabendo das minhas fraquesas eu me cerquei para que não caisse no conto da cesárea: fiz pré-natal em hospital público onde o GO não tem o menor interesse em internar a paciente para fazer uma cesárea, já que não é ele quem vai fazer. Falei que só tinha uma cesárea para não ficar ouvindo bobagens sobre o enorme risco que eu corria! E foi assim que eu consegui. E foi assim que eu mereci meu lindo parto natural depois das minhas três cesáreas eletivas.
Entrei em TP com 39 semanas e 4 dias. O bebê estava alto, com dorso à direita. Se tinha muito ou pouco líquido eu não sei, pois o ultimo USG que eu havia feito eu estava de 32 semanas. Se ele tinha cordão no pescoço eu tbm não sabia, mas eu sabia que isso não importava para um PN e isso é que era importante. Eu sabia que podia parir, independente de terem me dito que não seria possível!
E eu pari!

sábado, 27 de novembro de 2010

Amor maior?

Há um tempo atrás saiu um comentário em uma lista de discussão que participo sobre a diferença na relação com o filho nascido por cesárea e o filho nascido de um VBAC (parto normal depois de cesárea). Tem difereça no amor, no cuidado, no carinho? No sentimento que se tem por esse filho nascido em um vbac?

Não posso dizer que amo mais o Francisco do que amo a Luiza. A Luiza me mostrou o amor maternal. Lembro como se fosse hoje o sentimento que eu nunca havia experimentado antes toda vez que eu olhava para ela. Foi algo mágico, algo que eu não conseguia explicar, por nunca ter sentido antes. E como eu nunca havia sentido antes eu não entendia e achava tudo maravilhoso! Era tão forte e poderoso aquele sentimento que eu acreditava que jamais poderia sentir aquilo por outro bebê! Como posso dizer que amo mais o Francisco do que a Luiza?

E como posso dizer que amo mais o Francisco do que amo o Henrique? O HEnrique foi meu primeiro menino. Meu tão desejado menino! Eu sempre quis ser mãe de meninos e o Henrique foi o primeiro. Eu sabia assim que fiquei grávida dele que era o meu menino que estava chegando! Quando ele nasceu, aquele amor que eu senti quando a Luiza nasceu foi facilmente reconhecido. Sim, eu era capaz de amar outro bebê! E eu amava meu menino demais!!!!

E como posso dizer que amo mais o Francisco do que o Pietro? O Pietro veio para me ensinar e mostrar um jeito novo de maternar. Me mostrou outros caminhos, me ensinou a ser uma mãe melhor. O Pietro é meu filho passarinho, tão miudinho, magrinho e lindo! Na gravidez dele eu aprendi muito sobre gestação e parto. Depois que ele nasceu eu aprendi muito sobre amamentação, alimentação. Ele me trouxo tudo isso! Ele trouxe meu VBA3C! Como posso dizer que amo mais o Francisco do que o Pietro?

E o Francisco? Amo meu caçulinha lindo! Não amo mais do que amo os outros! Mas alguma coisa mudou, alguma coisa é diferente? Sim. Comparo com um enorme copo de água gelada! Água é água. Precisamos dela e sentimos necessidade de água! Mas um copo de água em um momento qualquer do dia é bem diferente de um copo de água em pleno dezembro escaldante, na 25 de março, no meio daquela muvuca de gente se acotovelando por presentes de Natal. Aquela sede que você sente que a boca chega a ficar seca! Aí você entra em uma lanchonete e fica meia hora só para conseguir comprar uma garrafinha de água que nem gelada está. Aí você abre e toma! E que água mais maravilhosa foi essa que você tomou? Foi uma água deliciosa e você vai saborear cada gotinha dela! E vai ficar feliz e grato por ter conseguido aquela garrafinha, mesmo que não estava gelada!

Meu VBA3C foi tão difícil de conseguir que o sentimento que tenho pelo Francisco é diferente. O Francisco foi meu quarto filho. Água fria! Nada diferente. Aquele amor descomunal que senti pelos outros, aquela emoção ao ver o rostinho dele pela primeira vez, foi tudo igual com os outros filhos. Mas um sentimento diferente ficou. Uma ligação especial. E não foi devido à via de nascimento, não foi o parto normal em si que nos deixou ligados. Acredito que se eu tivesse lutado até o fim e tivesse passado por uma cesárea necessárea, essa ligação, esse vínculo já teria se formado. Olho para ele e sinto uma cumplicidade entre nós. Uma luta, uma batalha que ganhamos juntos. Alguma coisa é maior entre a gente. Certamente não é o amor. E certamente o que fez essa coisa ser maior entre a gente não foi o parto normal, foi a busca por ele. As dificuldades que encontramos, os "nãos", os "... e se...", as dúvidas macabras que nos rondaram durante a gestação toda.

Nossa relação é diferente sim! Não é mais amor. É algo mais! Olho para ele e vejo um lutador, um guerreiro. Muitas crianças nascem de parto normal e um vbac tecnicamente não é mais difícil para o bebê... Mas ele esteve junto comigo nessa luta. Se eu lutei, ele lutou também. Eu pari, mas ele nasceu. E só o fato de termos conseguido juntos um VBA3C já o torna especial para mim!

Não sei dizer o que é. Sei que não é um amor maior. Talvez um dia eu entenda o que é ou talvez um dia esse sentimento passe e fique só o amor. Mas o Francisco é minha garrafinha de água no meu momento de maior sede! Ele é especial para mim!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Excluindo uma postagem!

Tem uma postagem nesse blog sobre uma reclamação de um péssimo atendiemnto que o Pietro teve em um hospital conhecido em São Paulo. Essa semana eu descobri que nos últimos 30 dias 400 pessoas chegaram ao meu blog através de busca no google pelo nome desse hospital. Resolvi tirar essa postagem do meu blog, pois não é esse o foco daqui. Lembro muito bem quando eu estava p*** da vida com o hospital e dei uma busca na internet sobre ele. eu estava brava, irritada e realmente não gostaria de pessoas com esse espírito passando por aqui! Não que estas pessoas não possam passar por aqui. Pelo contrário, são muito bem vindas! Sei que tem pessoas que me seguem e que acharam meu blog através do google por causa desse hospital! Mas 400 visitas por mês só para ver a postagem do hospital é demais! Por isso eu tirei essa postagem desse blog.
Mas eu não queria deixar essa reclamção apagada e por isso eu fiz um novo blog só com a reclamação, assim as pessoas que procurarem por ela, encontrarão. Esse é o Blog. Todos os comentários que foram feitas aqui eu transferi para lá tbm!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Depressão pós-parto, EU???

Tive o parto perfeito, o parto que sonhei, o parto mais lindo do mundo!

O Francisco é um bebê lindo, sorridente, não teve cólicas, não tivemos problemas na amamentação, ele nunca passou a noite acordado, sempre dormiu bem, é sossegado!

Mas veio uma tristeza sem fim quando o Francisco estava com uns dois meses. Mas logo eu achava um culpado: Quem pode ser feliz com problemas financeiros? Quem pode ser feliz morando em um apartamento tão pequeno com 4 filhos? Não dá para ser feliz tendo que limpar bandeja de gatos que fazem cocô toda hora! E como ser feliz sendo dona de casa? É por isso que eu estou tão triste!

E além de triste eu estava sem paciência para nada e com ninguém. Mas como ser paciente com 4 filhos? Não dá para ter paciência com um menininho de 2 anos querendo chamar a atenção! Não dá para ser paciente com crises de adolescente! Não dá!

Triste, sem paciência, desanimada! Mas qualquer um ficaria desanimado morando aqui nesse apartamento com 4 filhos e 3 gatos. Qualquer um não teria vontade de fazer nada aqui!

Além de triste, sem paciência, desanimada, eu também estava irritada com tudo, sonolenta e com vontade de sumir! Mas eu achava que tinha uma razão bem lógica e obvia para tudo isso! Afinal minha vida estava muito ruim! Era assim que eu enxergava!

Mudei de cidade, praticamente mudei de vida! Altos e baixos. Dias bons, dias ruins. Mas sempre achando uma justificativa para tudo isso! Lentamente as coisas foram se agravando. Por mim eu ficaria o dia inteiro sentada na cama dando mamá para o Francisco e só! E os outros filhos e marido? Poderiam simplesmente desaparecer de um dia pro outro! Eu conhecia muito bem esses sintomas, mas seria possível? Sim, de novo!

Tive depressão pós parto quando o Henrique nasceu. Todo o primeiro ano de vida dele eu tenho somente uma lembrança embaçada. Não me lembro muita coisa. Lembro dos momentos especiais: quando ele engatinhou, quando andou e poucas outras coisas. Eu tinha um ciúme fora do comum do Henrique e só eu parecia saber cuidar dele direito. Não podia nem pensar em ter mais filhos. Melhorei quando ele tinha 1 ano.

Quando tive o Pietro eu fiquei bem, não tive nada. Tenho lembranças claras do primeiro ano dele, eu me sentia feliz, animada, morria de vontade de ter mais um filho logo.

E aí veio um filho desejado com um parto desejado e lindo. Tudo perfeito! Como eu poderia estar sentindo tudo tão parecido com o que senti quando o Henrique nasceu? Sim, eu estou com depressão pós parto.

Já ouvi que depressão pós parto não existe. Que isso é invenção da mulher. Que é para chamar a atenção... Já ouvi muita bobagem sobre isso. Mas a depressão pós parto existe sim e afeta cada mulher de um jeito diferente. Eu fico assim: triste, implicante, irritada, sem paciência, desanimada, sonolenta, com vontade de me isolar. Não rejeito o bebê. Na verdade fico querendo ele mais perto de mim. Sinto como se o BB fosse o único que não vai me julgar. Dessa vez eu não estou com ciúmes do Francisco, mas é o único filho que quero por perto. É muito triste todos esses sentimentos. Ainda mais para mim que tenho praticamente tudo o que quero. Tenho os filhos que quis ter, tenho minha linda família, tive meu tão desejado e sonhado VBA3C que eu posso dizer com muito orgulho que consegui praticamente sozinha, tenho filhos lindos, saudáveis e felizes. Hoje moro em uma casa enorme e linda. Posso não ter dinheiro, mas isso não é o que mais importa na vida hehehehe Como posso ter esses sentimentos tão horríveis? Como posso deixar esses sentimentos me transformarem tanto?

Assim que reconheci os sintomas e ACEITEI a depressão pós parto eu procurei ajuda. Estou tratando com florais e homeopatia. Comecei o tratamento há pouco tempo, menos de uma semana, e ainda não tenho muitos resultados. Mas sei que vou superar mais essa assim como superei da outra vez.

Tenho dias bons e dias ruins. Tem dias que estou bem, que brinco com as crianças, me divirto, me sinto feliz e animada. Em contrapartida fico dias me sentindo mal. O pior é ter que fingir. Eu não consigo deixar transparecer. Eu não consigo sair de casa e ficar com a cara triste. Costumo estampar meu melhor sorriso e fingir estar bem! Eu acho bem mais fácil uma cara feliz, pois ninguém vem fazer perguntas. Uma cara triste sempre traz a pergunta: “o que você tem?”. E eu não vou me abrir para qualquer um.

A depressão pós parto é assim. Acho que para a maioria das mulheres é meio vergonhosa. Principalmente para aquelas que tem tudo, como eu. Quando a mulher engravidou sem querer, teve um parto ruim, se separou ou está passando por um momento difícil aos olhos da sociedade, fica mais fácil assumir, pois vai ter um culpado. Algo como “Ah! Ela teve depressão pós parto pois engravidou sem desejar” ou “Ela teve depressão pós parto pois acabou de se separar do marido/é mãe solteira/perdeu o emprego assim que voltou da licença...”. Não estou menosprezando esses problemas, mas para a família, amigos e conhecidos fica bem mais fácil entender a depressão pós parto quando tem um problema visível. Mas e quando a vida parece perfeita e você vive a vida que escolheu para si? Aí os comentários são outros: “Isso é o que você escolheu” ou “Você que quis assim” ou “você que quis ter um monte de filhos”... Sim, eu que escolhi tudo isso que eu vivo e sou muito feliz por ter tudo o que sempre sonhei (menos dinheiro hehehe), mas não estou feliz nesse momento. Espero dar a volta por cima e logo lembrar desse período como um sonho ruim ou um pesadelo.

Escrevi esse texto para mostrar que a depressão pós parto não escolhe mulheres tristes. Ela apenas surge em qualquer mulher, forte, fraca, feliz ou triste, que estejam passando por momentos difíceis na vida ou que estejam vivendo a vida que pediram à Deus, que tenham passado por coisas tristes ou que tenham passado pelos momentos mais gloriosos da sua vida! Ela simplesmente vem e o que temos que fazer é reconhecer, assumir e tratar!

E vida nova depois disso é o que espero!

domingo, 3 de outubro de 2010

"Voar é para pássaros" - Pica-pau

Já disse uma vez o Pica-pau, enquanto voava atrás de gansos carregando uma malinha no bico que voar era para os pássaros. Concordo!
Me diz onde Santos Dumont estava com a cabeça quando pensou em botar uma coisa tão grande no céu. Relógio de pulso vai lá, mas avião??? É muito grande, muito pesado, muito barulhento...
Não era bem isso que eu pensava sobre aviões. Antes de vir para Bahia eu tinha viajado de avião duas vezes, uma com 5 anos e outra com 10 anos. Não me lembrava das sensações, nem de nada. Confesso que não era uma coisa que me facinava viajar de avião, mas tbm não fedia nem cheirava, tipo tanto faz...
E aí aconteceu! Entrei no avião com a Luiza, o Henrique, o Pietro e o Francisco. Esse último no sling, bem nem aí para o mundo. O Henrique quicava no seu lugar e o Pietro, depois e sentar no seu lugar continuou pedindo para ir no avião! Tá certo Pi, avião tem cara de ônibus de viagem... E então ele começa a andar e tem aquelas intruções no mínimo macabras sobre o que fazer em emergências. Ai, emergências? Se estivesse no meu carro e algo acontecesse eu desceria e esperaria o guincho, mas despressurização, assento que bóia, meu Deus! Pode cair no mar? Socorro! Pára que eu quero descer!!!!
Enfim ele entra na fila para subir! E começa a andar, depois correr e correr e correr. E quando corre treme pra chuchu. E aí ele começa a inclinar! Opa, saiu do chão! Mas não devia parar de tremer? E sobe tremendo e parece que tem um tijolo na minha cabeça me apertando para baixo. Ai, voar é para pássaros!!!!
Não sei o que houve com ela, mas a Luiza falava mais que a boca! E aí ela fala: "ai, detesto quando ele começa a deixar o avião reto depois de subir." E em seguida o avião começa a ficar "reto". O tijolo sumiu da minha cabeça mas em compensação parece que estamos caindoooooooo. Gente, isso não pode ser uma coisa natural! Ok! A luz do cinto se apaga. Eu solto o Pietro para ele poder olhar na janelinha, mas eu simplesmente não consigo tirar meu cinto. Resolvo que vou tentar, pois queria tentar descontrair. Tiro meu cinto e praticamente me arrasto para o banco do meio. Meus pés estão pesados e não consigo movê-los direito. Minha mãos estão frias e imagino que meu rosto devia estampar o medo! Que absurdooooo!
De repente o avião treme! Turbulência! A luz do cinto acende e eu prendo o Pietro. A Luiza olha com pânico para mim: "Mãe, pq a luz do cinto acendeu?" Minha voz sai falhada: "por causa da turbulência", mas eu tento agir como se tudo fosse a coisa mais normal desse mundo, como se eu não estivesse morrendo de medo hahaha
Hora do lanchinho. Bolinho de chocolate e uma pacotinho de bolhachinhas salgadas. Refri e suco. Para as crianças uma festa! Eu estava com o estômago cheio (de borboletas) e mal consegui tomar meu refri. As crianças se entupiram e eu olhando o relógio para ver se estava perto da hora daquela tortura terminar! O comandate resolve nos informar que estávamos sobre Belo Horizonte em altura (35 mil pés) e velocidade de cruzeiro. Precisava disso mesmo? Pra quê me lembrar que estávamos tão alto??? No acento da frente da Luiza alguém da equipe do Santos FC estava sentado. Comecei tentar observar as pessoas! Como elas agiam com naturalidade, como se voar fosse algo tão normal e comum! Peguei uma revista, tentei me distrair, mas eu estava muito tensa! De repente aquela sensação de queda novamente e a Luiza anuncia que detesta quando o avião faz isso na descida! Pela hora nós estávamos chegando mesmo. O avião parecia que caia e depois subia, caia e depois subia. Eu não contava com esse passeio na montanha russa. A carinha do Francisco era muito engraçadinha. A cada "queda" do avião ele arregalava os olhinhos assustados, mas tão fofo! E de repente curvas e mais curvas. E curvas sobre o mar. E aí, nesse momento acho que foi o único que o meu medo passou! A lembrança da minha ultima viagem de avião e da chegada à Salvador me encheram de alegria! Tá, ainda estava um pouco assustada! Mas aquele mar imenso lá embaixo, aquele céu azul e a visão de Salvador foi o momento mais lindo (acho que o único) da viagem toda! E o avião descia e eu estava sem medo de olhar pela janelinha (boa parte da viagem ela ficou fechada...). E aí o aeroporto e o medo tomou conta de mim! Pista, pista, pista e ele não vai encostar no chão??? Encostou... Mas ele não vai parar??? Eu só relaxei quando a velocidade diminuiu e ele ficou só devagar pela pista. Relaxei tanto que eu poderia encostar e dormir... Levantei meio cambaleante, saí do avião e fiquei tremendo por algum tempo ainda. Não sei se da tensão que passei ou se de fome...
Alguns dias depois uma reportagem na TV fala sobre o medo de avião. E uma coisa me chamou a atenção. Uma psicóloga especialista nesse medo falou que pode ser um medo transitório. Um medo que surge em algum momento da vida por alguma razão e depois some. Uma das razões que ela citou se encaixava direitinho naquele momento da minha vida. ela falou que algumas pessoas desenvolvem esse medo em momentos de mudanças na vida, seja mudança de casa, de trabalho, de carreira. Eu estava de mudança.
Espero ter sido essa a razão de todo o meu pânico. Espero poder voar sem medo. Espero ter que voar novamente daqui há muito tempo, afinal voar é para pássaros.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O trabalho de parto



Sim, ainda esse assunto!!! Acho que esse assunto para sempre seria pouco para mim!

Quase 3 meses depois do dia P eu resolvi tirar uma foto da página da minha agenda onde anotei as contrações. Não tirei foto do TP ou do parto. Fico com um pouco de pena de não ter fotos desse momento tão maravilhoso da minha vida, mas eu nem pensei nisso. Estava focada em conseguir e só! A única foto que bati durante meu TP foi uma foto do Pietro hehehe Então são poucos registros que tenho e por isso fiz questão de guardar a página da agenda.

No alto eu anotei a hora que a bolsa rompeu: 14:40. Eu estava com contrações espaçadas vindo a cada 5, 8, 7 minutos... Estavam doloridas, mas era uma dorzinha boa ainda! De repente ploct e não saiu água nenhuma! Depois veio a enxurrada e a certeza de que meu filho estava chegando no momento que ele escolheu!

Comecei a anotar as contrações quando elas começaram a ficar bem doloridas e com uma duração maior, chegando quase a um minuto. 15:11 foi a primeira que marquei. Eu estava na sala, sentada à mesa mexendo na internet. Postei no blog Diário de Grávida, coloquei fotos no orkut, troquei emails, joguei uns joguinhos... Estavam suportáveis e eu estava feliz demais!!!

17:12 tive uma contração e fui para o chuveiro. As contrações começaram a ficar doloridas. Perdi a noção de tempo e achei que tivesse ficado só um pouquinho, mas depois eu marquei uma contração só as 17:56. Já estavam bem doloridas mesmo, mas bem suportáveis!

As 18:32 foi a primeira contração que o Rafa anotou depois que ele chegou. Nessa altura eu já não conseguia anotar a hora mais. Porém eu não sentia necessidade de gritar e nem consegiua fazer isso. Em algum momento depois disso eu resolvi ir para o chuveiro de novo. Lá eu comecei a falar "ai, ai, ai...". Começou a doer de verdade (pelo menos até aquele momento). Saí do banho as 19:35 e marquei um T, indicando que a dor era tanta que eu estava com tremor.

19:50 eu fui comer pizza. Tive essa contração e me apressei em comer antes de ter outra. Demorou 8 minutos para vir e quem anotou foi a Luiza. Ela tbm anotou algumas outras. Depois da pizza eu resolvi que queria ir para o hospital, mas não sabia se ia ou se ficava. Fui trocar de roupa, experimentei deitar de lado (terrível demais), agachar, ficar em pé, ficar de 4 e a melhor posição naquele momento era ficar de joelhos a abraçar o encosto da poltrona!!!

A última contração as 21:06 foi anotada pela Luiza. Depois dessa eu tive muitas outras em casa. Saimos de casa as 21:30.

Meu TP foi um momento muito importante na minha vida. Acho que posso classificar minha vida por antes do tp e depois do tp. O trabalho de parto foi me transformando aos poucos junto com cada contração. Cada dor jogava no meu corpo sentimentos novos, acordava partes adormecidas e esquecidas, fazia nascer outras que eu nem sequer sonhava que podiam estar lá comigo. Cada grito que dei fez acordar em mim uma mulher forte e gigante. Cada minuto que passou valeu por anos de aprendizado e conhecimento. Cada gota que saia de mim me fez conciente de cada parte do meu corpo e de todo o processo que ele estava passando.

Tudo foi mágico!

domingo, 4 de julho de 2010

Mundo virtual

Nesse mundo de internet tem muita coisa estranha, esquisita e principalmente gente louca. Acho que a correria e a solidão dos dias de hoje faz com que as pessoas mudem seus valores e passem a fazer coisas que me dão medo mesmo.
Sempre prezei pela união da família: pai, mãe e filhos sempre juntos. Lógico que seria incapaz de ficar com um homem que não amo ou que não nos respeite só para manter a família junta. Mas esse não é o caso da minha família! Nos amamos, pensamos muito em nós e gostamos de estar juntos sempre. Valorizo cada momento com meus filhos, pois sei que no futuro isso fará toda a diferença na vida deles. Estar presente sempre na vida dos filhos faz com que eles tenham uma referência importante, tenham um porto seguro para atracar quando no futuro sentirem necessidade. E não estou falando só por mim, mas pelo meu marido tbm. Nos dias de hoje é muito comum não ter pai em casa (eu não tive e meu marido tbm não!!!). Valorizamos muito nossa família completa. Isso é uma coisa que eu acredito muito. Eu fico 24 horas com meus filhos. Minha mãe não podia ficar todo esse tempo comigo, pois trabalhava, mas nunca me abandonou, nunca me largou durante a semana na casa de parente e só me via de vez enquando. Ela sempre me buscava no fim do dia e ficava comigo mesmo que por poucas horas, pois logo eu ia dormir. Mas ela tbm estava presente. Enfim, acredito que família deve estar junto sempre: pai, mãe e filhos, ou mãe e filhos, ou pai e filhos, seja qual for o modelo de família que esteja em questão.
Agora nós vamos mudar de São Paulo. Vamos para a Bahia. Escrevi um email pedindo ajuda para encaminhar meus gatinhos para alguém que goste mesmo. Olha só o que escreveram para mim:
"nem eu tendo que me matar de trabalhar (em 2 empregos) pra pagar mais de 2000 de ração e mais 1.500 para empregados pra cuidar deles enquanto trabalho. De todos os problemas q sempre tive, de passar sufoco com eles comendo ração barata, de eu comer pão a 1 real o dia inteiro pra não faltar a ração deles, de ter que deixar minha filha morar com a avó durante a semana pra poder ter a vida que tenho trabalhando 12h por dia pra sustentar a todos, e eu nunca fui uma mãe de querer ficar longe do filho ou não ter trabalho com ele..."
PARA TUDO! 2000 de ração e 1500 em funcionários para cuidar dos gatinhos, mas a filha fica com a avó... Não que os gatos não mereçam carinho, cuidado e amor, mas essa filha morando com a avó e não com a mãe para a mãe trabalhar em dois empregos para manter o padrão dos gatos pode? Quem é a mãe? Essa criança não pediu para nascer mas a mãe optou por pegar os gatos e largar a menina! Ai, me descupe, mas não entendo isso....
Outro email:
"se é por conta do trabalho do SEU MARIDO (não é o seu, certo?) então ele que vá na frente, trabalhe, arrume uma casa e você fica aí, cuida dos teus filhos, da tua mãe e dos teu gatos e quando tiver uma casa pra vocês, vocês vão ficar todos JUNTOS de novo. Solução tem, basta querer resolver.
Ah!!!... mas e ficar sem o marido? aí não pode né? mas os gatos que se danem! (pra ser educadinha!!!)"
Não querida! Ficar sem o marido não pode mesmo! Ele é meu marido, meu companheiro, o pai dos meus filhos, o homem que eu escolhi para ficar comigo... Ficar sem ele não pode! Já vamos ficar longe até algumas coisas se resolverem por lá. "os gatos que se danem"? Não. Eu realmetne não penso assim, mas parece que ela acha que me conhece... coitada...

Vamos nos mudar para a Bahia e simplesmente NÃO TENHO COMO LEVAR OS GATOS. Viajar com gatos nunca foi problema para mim. A Lily e o Mingau moraram em São Paulo, depois em Atibaia, depois no Mato Grosso, depois voltamos para São Paulo, depois fui para Goiás, depois voltei de Goiás e eles sempre foram junto conosco. Agora a situação é muito diferente... Mas eu não expus a situação completa nesse e-mail e teve gente que falou até que meu marido está desempregado!!! Pode isso? Ele nunca esteve desempregado!!!! A mesma pessoa que achou que o Rafa estava desempregado falou que é uma sorte que o pequeno não fala senão ele falaria que não pediu para nascer!!!! Posso com uma coisa dessas? A mulher simplesmente imaginou uma situação que só existe na cabeça dela! Eu falei que nós iriamos para a Bahia pois meu pai arrumou um emprego para meu marido lá e ela já imaginou que ele não tinha emprego aqui!!!! Enfim... gente louca...

Agora a cereja em cima do bolo! A mesma pessoa que gasta 3500 com os gatos por mês e deixa a filha na casa da avó durante a semana escreveu: "mas esqueci, as pessoas são diferentes, e por isso esse mundo está assim... com tanta tristeza, abandono e falta de compromisso..." Eu acredito que isso se deve às pessoas e no jeito que elas são criadas. Acredito que uma criança que fique longe de seus pais (ou de um de seus pais) para que gatos, cachorros, passarinhos ou seja lá qual for o bicho, seja bem tratado pede um pouco de referência do que é compromisso, do que é família, do que é abando no ou não...

Ainda em tempo, essa mesma pessoa ainda escreveu: "enfim, opções e muita correria atrás, mas sempre ciente da minha obrigação de cuidar deles enquanto não houvesse alguem melhor pra cuidar pq ter acolhido eles foi opção e escolha MINHA." Alguém tbm leu ""Enquanto não houvesse alguém melhor para cuidar"? Pois escrevi o tal email procurando justamente alguém melhor para cuidar!!!! Sei como será daqui pra frente e sei que eles iriam sofrer muito mais...

Mas acho que as pessoas perderam suas referências, desaprenderam a conviver juntas, esqueceram como sentar à mesa juntos é gostoso... Amo animais, mas jamais vou privar meus filhos de algo por causa de um animal. A Lily e o Mingau eram mais velhos do que a Luiza e pensei que fosse morrer quando eles morreram. Ontem o Mariano e o Papinho foram doados e choramos MUITO, muito mesmo. É um sentimento terrível, um sentimento de impotência, pois escolhemos nossos filhos e nós estarmos juntos acreditando ser o melhor e isso nos impossibilitou de levar os gatos. É terrível! Mas jamais vou ter que olhar para meu ilho e falar: filho, hoje as coisas são assim, pois quando tivemos uma oportunidade boa nós escolhemos não aceitar para ficar com os gatos...

Gente! isso é demais para mim!!!!

Obs.: muitas pessoas foram legais, não julgaram e deram idéias! Acho justo falar delas também!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O que é um parto normal depois de TRÊS cesáreas?

O Fancisco já está com um pouco mais de dois meses e ainda sinto o ar de vitória me rondando! Ainda olho para ele e agradeço, ainda fico relembrando meus passos todas as sextas-feiras (é assim o plural?). Me lembro das primeiras contrações que me fizeram ter certeza de que eram contrações mesmo, me lembro de estar no posto de saúde e as contrações virem... Lembro da compra que precisei fazer no Extra e que quando vinha uma contração eu precisava dar uma paradinha... E vou lembrando todo o resto do dia... E aí lembro que ele nasceu e eu consegui! Um parto normal depois de ter tido três cesáreas, sem nunca ter entrado em trabalho de parto antes... Mágico, divino, fantástico!
A alegria era tanta por termos lutado e vencido essa batalha que não faltava vontade de anunciar para o mundo. E assim o fizemos. O Rafa passou a falar para todos que eu tinha tido um parto normal depois de três cesáreas. E eu comecei a perceber o que isso significava para as pessoas que ouviam isso:
- Para minha mãe foi a prova de que sou teimosa o bastante para conseguir o que eu quero sempre. E ela não está errada! Mas ela nem imagina o quanto teimosa eu sou!!!
- Para minha sogra eu sou uma doida que podia ter tido uma cesárea sem dor e fui inventar de ter um PN para sofrer! E imagina que "não deram nem um pic para ajudar a nascer" e que eu achei isso melhor!!!! hehehe
- Para os conhecidos da igreja isso não foi absolutamente nada, afinal a grande maioria das muheres de lá tiveram todos os seus bebês por PN nos hospitais públicos da região!
- Para minhas vizinhas eu fui louca em não ter ido para o hospital do convênio e pedido para tirarem o bebê! Foi bem feito pra mim, pois eu tinha convênio e não quis usar. Além de ser considerada uma louca por dizer que amou o PN!
- Para uma tia minha eu pude responder à sua pergunta: "É igual nas novelas? Tem que fazer muita força e dói muito?".
- Para uma amiga foi uma surpresa quando respondi que tinha sido normal depois dela perguntar sobre a dor no corte, afinal o médico dela disse que seria impossível um parto normal depois de duas cesáreas, quem dirá depois de três!
- Para a pediatra não foi nada, pois não quis entrar em detalhes e ela acha que tive os outros por PN tbm heeheh
- Para algumas mulheres das listas que participo e que acompanharam os acontecimentos foi uma vitória para mim!
- Para minha filha foi a prova de que a mãe é teimosa e que conseguiu o que queria e foi também a certeza de que será a melhor forma dela ter os filhos dela!
- Para o Pietro foi assim: "Nenê atcheu e não itagou baigá mamãe" (Nenê nasceu e não estragou a barriga da mamãe). Não sei de onde ele tirou isso!!!
- Para meu marido... Bem, estou esperando saber o que foi exatamente para ele. O relato dele está pronto, são 7 páginas escritas à mão e estou esperando ele passar para o word...
- Para mim foi TUDO. Foi a realização de um sonho, foi minha realização como mãe, como mulher, como dona do meu corpo e do meu nariz. Foi a prova de que quando se quer muito uma coisa o mundo conspira para que aconteça. Foi o meu crescimento como pessoa, foi o encontro com minha força que eu nem sabia que existia. Foi a minha explosão! A explosão da bomba relógio ambulante que eu era aos olhos de muitas pessoas que eu fui atrás para procurar ajuda! Sim, essa bomba explodiu! Explodiu em ocitocina, explodiu em vida, em gritos misturados ao choro de alegria e de uma nova vida!
O que é um parto normal depois de TRÊS cesáreas?
É a explosão da bomba relógio!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Laços e parto

Tá certo que posso causar uma certa polêmica com essa postagem, mas como meu blog não é um bolg muito movimentado (fora as pessoas que vem aqui por causa do post sobre o hospital) resolvi escrever sobre isso mesmo assim.
Tive 3 filhos por cesárea sem nunca ter entrado em TP antes. Com toda certeza eles nasceram antes do que deveriam ter nascido. Seja um dia antes ou duas semanas antes, mas nasceram. De qualquer forma um processo foi interrompido. Amo meus filhos nascidos por cesárea igualmente amo o Francisco. Isso independe o tipo de parto, a escolha que foi feita (se foi eletiva ou necessárea), se queria normal e fizeram cesárea ou se queria cesárea mas nasceu normal: uma mãe vai amar o filho igualmente sempre! Ela nunca vai ser mais ou menos mãe por causa do tipo de parto. O que vai fazer dela uma mãe "mais mãe" é a relação que ela tem com seu filho e só isso!
Mas enfim, voltando ao assunto, eu sempre fui muito mãe dos meus bebês. Na primeira filha eu que fiz questão de fazer TUDO desde o começo: primeiro banho, amamentar, acordar de noite. Isso com 18 anos e sozinha, sem marido ou namorado. Sempre quis escolher o melhor para ela, tentar entender o que ela estava sentindo, tentar fazer o que eu achava certo (mas acabei ouvindo muito palpite - assunto para outra postagem hehehe). No segundo filho eu fiz como com a primeira com a diferença que ouvi menos palpites hehehe. Mas nossa relação foi bem parecida. Com o terceiro filho eu já não ouvi palpite nenhum e nossa relação foi muito parecida com a relação que tive com os outros: compreenção, amor e tentar fazer o melhor por eles.
Aí veio o Francisco: um parto normal, natural, assumindo as escolhas que nós fizemos. Um parto onde eu precisei trabalhar junto com meu filho e ele junto comigo. Ele não foi simplesmente tirado de dentro de mim com hora marcada, sem dar sinais de que queria ou precisava sair. Ele e eu trabalhamos para isso por muitas horas. Durante todo esse trabalho eu fui mudando e ele foi chegando. Eu fui me abrindo para ele e ele foi pedindo passagem para o mundo. Enquanto meu corpo trabalhava para ele sair, o corpinho dele trabalhava para ele chegar a esse mundão!
E ele chegou. Ele se esticou todinho dentro de mim, empurrou junto comigo e nasceu. O processo se completou. Do inicio ao fim. Do dia em que ele se "instalou" aqui dentro, que foi o dia que ele escolheu, ao dia que ele saiu de dentro de mim por sua própria vontade também. Durante esses meses, semanas, que ele ficou dentro de mim nós fomos criando laços invisíveis que não vão se desfazerem nunca. Esses laços também foram criados nas gestações anteriores, mas acredito que faltou algum. Acredito que na hora do parto do Francisco mais um laço se criou, mais uma conexão foi criada, um processo completo que chegou ao fim sozinho, sem a imposição de ninguém.
Repito que em termos de amar um filho, não sinto diferença nenhuma de amor entre eles!!! O que sinto na verde é uma ligação diferente com o Francisco, um conexão além do que eu consigo compreender. Acredito que isso se deve ao processo todo de concepção, gestação e nascimento que se completou. Ao contrário da cesárea eletiva ou da cesárea enganativa, quando esse processo é interrompido antes mesmo de a mulher entrar em trabalho de parto. Posso estar falando bobagem, mas é assim que enxergo tudo isso.
Hoje acredito que a mulher precisa entrar em trabalho de parto, precisa passar pela transformação do seu corpo, precisa sentir que seu bebê quer nascer e que ele está trabalhando para isso. E se por uma acaso ela precisar de uma cesárea realmente necessárea esse processo já se iniciou e esse último laço já foi criado. Hoje lamento profundamente ter marcado o dia do nascimento da Luiza, pois sei que se não o tivesse feito eu não teria tido 3 cesáreas. Porém foi graças a esses três nascimentos que pude compreender, aprender e entender toda a beleza e mágica de parir um filho e tudo o que isso trás depois do parto!
Para finalizar, deixo um exemplo de conectividade com meu pequeno que nunca tive com nenhum outro filho.
Amamentei todos os meus filhos, uns mais, outros menos e dois ainda mamam. Sempre em livre demanda todos. Quem amamenta em livre demanda sabe que não tem hora para dar de mamar. O Francisco nunca teve hora para mamar, nem mesmo criou um intervalo regular para isso. Tem hora que mama agora e pede novamente depois de meia hora. As vezes mama e vai pedir de novo dali 3 horas. Acontece que quando ele quer mamar ele começa a se agitar, depois começa a dar pequenas resmungadinhas reclamando e só se não foi atendido é que ele começa a chorar. Aí vem o inexplicável! Algumas poucas vezes ele fica longe do alcance da minha visão, como por exemplo pela manhã quando ele está no quarto e eu estou preparando o Henrique para ir à escola, ou quando estou lavando louça e ele está dormindo na sala. Nessas poucas vezes em que isso acontece e ele quer mamar eu sinto o meu peito encher de leite e só depois escuto o choro dele! Lembrando que ele só chora depois de se agitar e de resmungar! E lembrando que eu não ouvi ou vi isso! E que ele não tem hora para mamar!
Com meus outros filhos meu leite descia simplesmente com o chorinho de fome ou só no inicio da mamada. Com o Francisco existe algo ligado entre nós, algum laço invisível, uma conexão que eu não sei explicar. Mesmo não estando perto e não ouvindo, eu sei que ele quer mamar! E esse é só um exemplo que eu acho lindo de sentir!


terça-feira, 18 de maio de 2010

"Vamos fugir deste lugar Baby"

Quando cheguei no hospital para ter o Francisco eu estava com fortes dores nas contrações. Quando a médica fez o toque e falou que eu estava com UM centímetro de dilatação eu não acreditei! Tanta dor, contrações a cada 3 minutos por tanto tempo e só um centímetro? Imagina quanto tempo mais eu teria que sentir dor para meu bebê nascer? Talvez mais umas 9 horas para dilatar tudo? Talvez até mais tempo?
Nessa hora eu fiquei meio perdida. Não sabia o que pensar. A médica pediu um cardiotoco e falou que iria me transferir por falta de vaga. Mas antes do cardiotoco eu iria tomar glicose para o exame não dar alterado. Enquanto eu tomava a glicose o Rafa perguntou se eu queria ficar lá nesse hospital mesmo e eu disse que sim. Era impossível pensar em ir para outro lugar naquela hora.
Na hora do cardiotoco eu considero que fiz minha vizita à Partolândia. Eu imaginava coisas sem sentido algum, coisas absurdas! Dentre as coisas absurdas que imaginei está eu fugindo do hospital. Sério mesmo! Eu imaginei fugir do hospital. Ficava me vendo saindo correndo pelos corredores com meu vestido esvoaçando... Imaginei se eu acharia a saída de lá, já que eu tinha entrado junto com o Rafa e não tinha prestado atenção no caminho. Imaginei se o Rafa conseguiria me acompanhar. Imaginei se algum segurança ou enfermeira iria tentar me segurar.

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

Ainda bem que eu só delirava assim durante as contrações e depois eu desisti. Nessa hora eu estava com muito medo do tamanho da dor, da força da contração. Foi uma loucura hehehe Ainda bem que não fugi. Fiquei e pari!

Obs.: Acho que vou postar muitos detalhes do TP e do parto por aqui. São coisinhas que vou lembrando, coisas que não quis contar no relato de parto para não ficar maior do que já ficou, mas são coisas que eu gostaria de deixar registrado!

Obs2: Depois do toque em que eu estava com 1 centímetro demorou 7 horas para o Francisco nascer!!!!!!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Dando a notícia

Assim que o Francisco nasceu e a enfermeira deu os pontinhos da laceração, eu levantei e tomei um banho. Voltei para a cama limpinha, peguei me pequeno no colo e babei... Babamos muito, o Rafa e eu. Olhamos no relógio e eram quase 6:30 da manhã. Há alguns dias atrás minha mãe havia me ligado bem cedo e acabou me acordando. O Rafa então sugeriu que acordássemos minha mãe, mas por uma boa causa hehehe. Como ela tinha exames para fazer eu falei que talvez ela já tivesse acordada. Liguei do celular do Rafa a cobrar para ela às 6:30 da manhã. Ela atendeu com um pouco de sono, mas falou que já estava acordada... Falamos coisas bobas e ela não achou nada estranho eu estar ligando aquela hora, a cobrar e do celular do Rafa hehehe Aí eu falei: "Então, eu estou aqui com o Francisco no colo mamando! Ele nasceu agorinha a pouco! E foi normal!"
Fiquei tão orgulhosa em anunciar meu parto normal!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Francisco.


Francisco chegou dia 17 de abril! No blog Diário de Grávida eu conto como foi o nascimento dele, um parto normal depois de 3 cesáreas!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O mais novo membro da família:

A Dita chegou:
Minha máquina que lava e seca! Ainda estou aprendendo a usar. Cheia de funções, de coisinhas, de botões e um manual que não explica nada! Mas já lavei um monte de roupa que estava acumulada e o Pietro voltou a usar fraldinha de pano, pois o coitado estava na descartável por falta de onde lavar!
Ia esquecendo que além de lavar e secar ela toca música! Toca música quando liga, quando desliga e quando termina o programa! Uma simpatia a Dita! E a gente precisava mesmo dela! Com 5 pessoas em um apartamento no térreo a roupa não seca! Fora o trabalho de tirar da máquina e colocar na secadora de pendurar. Dá o maoir trabalho e agora que o bebê logo vai chegar, vai pegar época e inverno e frio... Precisava mesmo de uma Dita mais moderna!!!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Falar bem ou falar mal? Melhor não falar nada!

A grama do vizinho é sempre mais verde mesmo, não tem jeito! Mas a grama só é mais verde do vizinho que sabe o que fala! Se o vizinho fica falando que na grama dele tem cocô de cachorro, que tem montes de ervas daninhas, que um gato cavou um buraco, aí ninguém vai ver a grama dele como uma grama verde e bonita!
Na família acontece a mesma coisa! Impressionante como os filhos dos outros são perfeitos, educados, atenciosos, unidos, felizes, batalhadores e os seus filhos nunca são bons o suficiente. Sempre passei por isso. Minha tia sempre teve as melhores filhas do mundo e sempre ouvi isso da minha mãe. Uma outra tia também sempre teve filhos mais que perfeitos. Como sempre ouvi isso eu sempre achei que ela se recentia muito em eu não ser como as filhas de uma tia ou os filhos da outra tia. Cheguei a estar ao lado da minha mãe e ela elogiar as sobrinhas e dizer que ficaria muito feliz se tivesse filhas como as dela! Imagina como me senti?
Minha mãe sempre falou demais da vida dela compartilhando coisas sem necessidade nenhuma! Fazendo isso as pessoas em volta sempre souberam mais do que deviam e se sentiam no direto de julgar, opinar, gostar ou desgostar de mim, inclusive. Minha imagem sempre foi do ponto de vista da minha mãe, sem nunca eu ter tido a chance de mostrar quem realmente sou. E a minha família (marido e filhos) acabam sendo vistas pelos olhos da minha mãe. Meu marido é detestado por algumas pessoas. Imagina que quando ele foi trabalhar na mesma empresa que ela teve pessoas que simplesmente não gostavam dele sem ao menos conhecê-lo. Quando fiquei grávida dessa vez algumas tias/tios e primas/primos ficaram indignados (segundo as palavras da minha mãe). Indignados com o quê????? Eles nem me conhecem direito pra falar ou julgar qualquer coisa!
Mas as lições chegam até nós sempre. Serviu para mim e espero que tenha servido para minha mãe! Eis que ela foi visitar uma sobrinha (uma das sobrinhas perfeitas). E ela voltou de boca aberta! Descobriu que elas se desentendem, que brigam entre si e com os pais, que ficam sem falar uma com a outra... Para mim não foi nenhuma novidade! Não que eu soubesse isso, mas em uma família normal isso é comum. Apenas na família perfeita que minha mãe imaginava é que essas primas minha eram perfeitas! Elas são pessoas normais, legais, lindas, mas sempre normais! Uma família normal. Acontece que minha tia sempre foi esperta e nunca ficou falando mal das filhas ou da família, ao contrário da minha mãe que sempre que possível lamentava da filha que tem. Lamentava de mim, da vida, do trabalho... Já a minha tia quando perguntada sobre as filhas sempre respondia: tudo bem, tudo ótimo! Polpava todos de ficarem sabendo as intrigas e problemas (diga-se bem normais em famílias grandes) em sua família. Minha mãe percebeu isso e eu logo falei que era assim, pois ela não precisava expor sua vida familiar para ninguém e que ela devia fazer o mesmo. Eu espero do fundo do meu coração que ela tenha aprendido a lição e pare de ficar falando mal de mim. Não precisa falar bem, mas então não fale nada!
Acabou que isso também serviu de lição para mim que sempre ficava falando para os outros mal das crianças e nunca falava o que eles fazem de bom. Percebi que estava fazendo o mesmo que minha mãe sempre fez! Resolvi mudar. Elogiar sempre ou não falar nada! Quero minha grama bem verdinha!!!!

terça-feira, 23 de março de 2010

8 anos!!!

Fazem 8 anos! Olha só: 8 anos atrás era um sábado. Eu era um pouco mais magra e o Rafa, muito mais magro!!!! 8 anos atrás estava sol e não choveu o dia inteiro. O carro da minha mãe quebrou enquanto ela nos levava para a lua de mel e chegamos bem tarde no apartamento da Tia Áurea no Guarujá. 8 anos atrás começava uma vida nova para nós dois! Começava uma família nova cheia de esperança, expectativas, sonhos e planos novos. Cheia de desconhecidos para enfrentar e percorrer. Acho que no fundo imaginávamos que seria fácil. Acho que é assim para todos. Imaginávamos só alegrias. E minha família feliz começou naquele dia 23 de março, um sábado ensolarado, sem chuva, com um carro quebrando a caminho da lua de mel, há 8 anos atrás.

E nossa vida começou. Vieram tempos difíceis, vieram tempos muito difíceis. Vieram alegrias, veiram muitas alegrias. Mudanças internas e externas. Mudanças de casa, de cidade! Filhos vieram e cresceram. Ainda crescem (e como crescem!!!!)... Ganhamos e perdemos, mas acho que mesmo perdendo ganhamos experiência, aprendemos lições. Tivemos muito e tivemos pouco. Crescemos muito.

Em 8 anos moramos em 8 casas diferente, sendo que 6 foram em apenas 3 anos! Tivemos 2 filhos e estamos esperando mais um. Brigamos muito, mas rimos juntos muito mais! Planejamos muita coisa e fizemos só algumas. Sonhamos muito e esperamos realizar todos os sonhos. Nos conhecemos muito e a cada dia descobrimos que ainda não nos conhecemos direito.

8 anos é um número gordinho e é assim que nós dois estamos hoje (mas deixo bem claro aqui registrado que minha forma arredondada está prestes a se tornar fininha) hahaha

8 é um número legal, deitado é o símbolo de infinito!!!!

8 anos tem muitos significados. E agora que completamos 8 anos, esperamos completar 9, 10, 11... 30... 50...

Há 8 anos atrás éramos o Rafa, eu, a Luiza, a Lily e o Mingau. Em 8 anos somos o Rafa, eu, a Luiza, o Henrique, o Pietro, o Mariano, o Papinho, o Nino e esperamos a chegada do Francisco!!!!!! Aumentamos o número de filhos e de gatos!!!! Mas isso não é nada. Com certeza aumentamos o amor um pelo outro, aumentamos a cumplicidade, o carinho, o respeito, a união, a vontade de ficar junto (isso sem falar no peso, né Rafa?!)!!!!

E é assim, em uma terça-feira que fez sol, choveu, as crianças foram para a escola, eu fiquei nervosa com a bagunça da casa, o Pietro fez bagunça como sempre, os gatos derrubaram água e areia na área de serviço, o Rafa foi trabalhar e tudo aconteceu como em um dia normal, que completamos 8 anos juntos, casados! Tudo em um dia normal! Tão diferente de 8 anos atrás! Mas tão igual ainda assim, pois tenho certeza de que era exatamente isso que estávamos sonhando há 8 anos atrás! Ter uma família feliz e normal e vivermos dias normais, tão normal como o dia de hoje!

Parabéns para nós, meu amor!

TAPS

quarta-feira, 3 de março de 2010

Procurando por...

Há um tempo atrás eu li em um blog (já não me lembro qual) uma postagem muito legal que falava sobre como as pessoas chegaram naquele blog pesquisando no google. Dei muita risada, principalmente porque eu sempre achei muito engraçado como as pessoas chegam no meu blog. Tem uma ferramentinha legal que mostra o que a pessoa procurou no google para chegar aqui. Tem vezes que o coitado procura uma coisa nada há ver e o google indica o blog...
Depois que postei uma reclamação sobre o Hospital Santa Marina muitas pessoas chegam aqui procurando por isso no google. Hoje estava olhando e vamos ver o que tinha:
- Reclamação hospital santa marina tem aos montes...
- casos contra o direito do cliente no hospital
- família que ganhou lar doce lar com 4 filhos quadrigemeos
- grávida e sem paciencia
(esse veio pro lugar certo hehehehe)
- bebê tomou hidrato de cloral (acabou aqui por causa da reclamação sobre o hospital)
- DR FLÁVIO PEDIATRA JATAÍ GO (esse foi o pediatra da Lu e o Henrique em Goiás e era um médico tão bom! A gente adorava ele!!!!)
- Família do Hernanes (quase... Hernandes para Hernanes é só uma letrinha hehehehe)
- falta de paciencia com os filhos (tá bom que sou impaciente com meus filhos, mas o google acha que não tenho paciencia nenhuma...)
- mãe e culpa (esses andam de mãos dadas)

Isso foi o que procuraram nas últimas 40 horas hehehehe

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Família Feliz!

Apesar de eu estar totalmente descontrolada nessa gravidez, praticamente em uma TPM que está durando até agora quase 7 meses, minha família é feliz sim!!!!!!!
Outro dia minhas vizinhas estavam conversando sobre o tempo das baladas e as duas concordaram que foi o melhor tempo da vida delas. Eu curti tbm esse tempo. Não vou dizer que foi por muito tempo, mas curti. Mas aquela não foi nem de longe a melhor época da minha vida... Fiquei pensando e vi que a melhor época da minha vida é hoje, é o que estou vivendo.
Nunca sonhei em ter família. nunca sonhei em casar e ter filhos. Eu sempre quis ter filhos, mas isso não significava que eu casaria para isso! Aconteceu a Luiza. Vi que era isso mesmo que eu queria: filhos. Depois aconteceu o Rafael e logo mais filhos. Perfeito! Fácil? Nunca! Como é dificil conviver com pessoas! Diferenças, opniões, gostos e vontades tudo diferente! Tem horas que é um saco!!!!! Dá vontade de sair correndo pelada na Marginal em plena sexta-feira na hora de pico! Enlouquece mesmo!
Agorinha eu estava fazendo uma receita de requeijão na cozinha. A Luiza tinha acabado de chegar da escola e estava falando mais que o homem da cobra. O Henrique e o Pietro estavam na sala assistindo um DVD da Turma da Mônica. Mas o Pietro estava com uma bolinha da Fisher Price na mão. Uma bolinha dura que tem um bichinho dentro. Ele começou a jogar para cima e acertou a luminária que quebrou!!!! Quando cheguei na sala vi que além da luminária quebrada a parede que foi pintada semana passada estava com marcas de pés (sim, pé na parede!!!). Tive um chilique! Aí escuto minha mãe dizendo que na minha casa tudo quebra e nada dura muito! Lógico! Somos em cinco pessoas sendo que duas são crianças e uma adolescente! Nada dura muito aqui em casa mesmo!
Voltando ao chilique. Quase morri do coração. Coloquei o Pietro de castigo e mandei eles sairem da minha frente! Depois passou! O Pietro já estava querendo dar beijos, pediu "pupá" e começou a aprontar de novo... Agora eles estão brigando por causa de um palito de pirulito que apita! O Henrique trouxe da escola dois e deu para o Pietro um, mas ele estragou e agora quer o do Henrique. Ai-ai... Mas imagino se minha vida fosse sem eles. Nem sei o que eu estaria fazendo agora. Seria vazia. Seria oca. Estaria faltando muita coisa...
Enfim eu escolhi ter uma família, ter filhos, não ter sossego, não dormir um sono pesado nunca mais, não conseguir um minuto de calma, não "ouvir" o silêncio nunca mais... Escolhi também ouvir gargalhas de bebê, ver sorrisos sem dentes e depois nesse sorriso aparecerem dentinhos pequenos e logo esse sorriso vai começar a faltar um ou outro dentinho... Escolhi acordar para amamentar cambaleando de sono, desejando que ele durma a noite toda logo e quando passa a dormir, ir dormir sentindo saudades dele... Escolhi deixar de sair para passear sozinha, escolhi não trabalhar por enquanto. Mas também escolhi ver cada primeiro passo deles, ouvir cada primeira palavra, estar ao lado deles em cada febre, conhecer cada choro estranho, cada cara estranha, ouvir todos os dias eles falando a ponto de pedir para parar de falar só um pouquinho...
Foi tudo isso que escolhi. Se estou perdendo muito eu não sei e para ser bem sincera eu não quero nem saber. O que sei é o que estou ganhando. Estou ganhado coisas que nunca mais vou poder ganhar! Trabalho, passeios, tudo eu posso conseguir depois. Ver meus filhos andando pela primeira vez é só uma vez na vida! Não trocaria um momento desses por nada na minha vida!
O melhor momento da minha vida é hoje! Mesmo depois de ter a luminária quebrada e a parede suja, hoje é o melhor dia da minha vida!

Aqui tem o melhor da minha vida e tudo o quê eu escolhi!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Vida de mãe...



Fotinho antiga dos meus dois gostosos.
Sabe o motivo pelo qual meus blogs estão tão desatualizados? Vou dar um exemplo agora!
Antes de ontem apareceram umas bolinhas na barriga do Pietro, um monte, de repente! Depois sumiu. Ontem, na hora do almoço o menino estava cheio de placas altas e vermelhas na barriga, nos pés, no pescoço, nas pernas..... Loucura! E coçava, coitadinho! Liguei para a pediatra e ela pediu para levá-lo lá! Saí de casa às 14 horas, fui até lá: alergia. Voltei às 16:30, levei o pequeno para brincar um pouco lá fora, entrei para fazer a janta e o Henrique me aparece com a cabeça sangrando. Vamos para o hospital por volta de 19:30... Dois pontinhos. Cheguei em casa 21:30!!!!! E ainda fomos jantar. O Pietro já tinha jantado e foi dormir cedo, mas nós fomos dormir super tarde! Gente, não é mole ter três filhos! E ainda vem o quarto por aí! Espero que o Francisco seja um bebê calmo hehehe.
Curiosidade: essa foi a quinta vez que o Henrique levou pontos na cabeça! A primeira vez ele não tinha nem dois anos. Caiu de testa no chão. Levou dois pontos. A segunda ele tinha acabado de completar dois anos (foi menos de dois meses da primeira vez). Bateu a testa em uma mesinha. Um pontinho só! Alguns meses depois ele bateu atrás da cabeça em uma quina da parede. Vários pontinhos... Depois ele já tinha três anos e bateu a cabeça em um degrau. Mais 5 pontinhos... Olha só! Já fazia mais de três anos que ele não precisava levar pontos na cabeça heheheh

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Tem dia que parece noite....

Tem dias que eu tenho vontade de acordar, ver que será um dia daqueles e voltar a dormir...
Hoje é um desses dias... Parece que nada anda. Parece que tudo está dando errado... Ai, que desespero. Que vontade de deitar e dormir até amanhã, para não dar tempo de nada mais acontecer...
Já me estressei, já fiquei nervosa, já chorei, já briguei... Que dia chato. Hoje acordei feliz com o Pietro. Ele mamava e me abraçava, me dava beijo... Um fofo! jurei que hoje não iria me estressar, mas não teve como!!! Fatores externos, sabem?! Aí junta com minha oscilação de humor "gravídica" e fica tudo uma caca!!!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Balanço de 2009!

Antes tarde do que nunca! resolvi fazer um balanço das coisas que aconteceram no ano que passou! Muita coisa ruim, msa muita coisa boa também aconteceu! Foi tanta coisa, mas tanta coisa que parece até que tudo aconteceu em vários anos e não em um só!!!!
- Eu terminei meu curso finalmente, mas tive muitos problemas com o certificado... Mas terminei o curso heheheh
- Fizemos nossa primeira viagem em família, de verdade! Fomos para a praia passar só alguns dias, mas já valeu muito!
- O Rafa perdeu o emprego. Depois montou um salão de cabeleireiro, mas o salão não estava dando muito lucro. Fechou o salão e começou a trabalhar em um salão aqui do bairro... E essa história ainda não terminou. Promete muita coisa para esse ano....
- A Luiza e o Henrique mudaram de escola. sofri para tomar essa decisão e logo percebi que foi a melhor coisa que eu podia ter feito! em termos de ensino aprendi que muitas vezes o valor que se paga não conta nada! Na escola pública a Luiza aprendeu muito esse ano! E não estou falando em termos de nota, mas de chegar contando sobre o que aprendeu! ela chegava falando sobre história antiga, literatura, ciências... Isso nunca aconteceu na escola particular... E o Henrique aprendeu a ler em 3 meses! Saiu da escola cara mal sabendo o a-e-i-o-u e em duas semanas na escolinha do bairro parou na porta do açougue e leu "boi".
- Engravidei! Descobri que espero pelo Francisco! Essa gravidez trouxe mudanças para uma vida toda! Tá bom! Sei que toda gestação traz mudanças, mas essa trouxe muitas. Com a gestação o Rafa e eu ficamos muito mais unidos, muito mais fortes, muito mais juntos mesmo! Nossa família está mais junta do que nunca e não importa nada do que acontece estamos juntos! Acho que essa mudança aconteceu por causa da forma como a notícia da minha gravidez repercutiu no meu lado da família. Percebi quem são as pessoas mais importantes da minha vida HOJE. Percebi quem são as pessoas que se importam e que estão do meu lado SEMPRE, independente da escolha que eu faça! E descobri que essas pessoas estão ao meu lado 24 horas por dia e eu não notava o tamanho do apoio que elas sempre deram para mim! Percebi que essas pessoas são meu marido e filhos! A minha família!
- Conheci pessoa novas, me afastei de outras pessoas sem querer, me aproximei de outras e achei muito legal!
- Tentei se mais dona de casa, mas não consegui heheheh
- Perdi 4 gatinhos nesse ano 2009! O primeiro foi o Piteco, nosso amorzinho! Ele fugiu dia 07 de abril! O segundo foi meu Mingau que depois de 12 anos e 9 meses nos deixou dia 27 de julho com insuficiência renal. Ficou magrinho, tristinho e nos deixou comigo ao seu lado nesse momento tão triste! O terceiro foi o mini-Mingau. Um gatinho que pegamos, mas estava doentinho. Cuidei dele por 14 dias. Praticamente revivi o gatinho. Alimentava ele de três em três horas. Cheguei a acordar a cada 1 hora para cuidar dele! Mas ele se foi... E depois, por fim, a Lily aos 13 anos e 10 meses, no dia 7 de dezembro nos deixou tbm. Insuficiência renal tbm... Ela acabou falecendo na mesa do veterinário... Foi tão triste... Mas chorei menos. Acho que não tive muito tempo para chorar por ela! Minha primeira gatinha!
- Uns foram, outros vieram! Adotamos o Mariano dia 1 de maio. Gatinho travesso, mas que agora está mais adulto hehehe. Depois pegamos o Papinho. Passei 5 dias chamando ele de Papinha, pois cismei que era fêmea! E uns dias antes do Natal chegou o Nino! Um pequeno minúsculo gatinho pretinho de olhinhos verdes!
- Tenho certeza que muitas coisas mais aconteceram nesse ano! Se eu lembrar de algo mais importante que não coloquei aqui eu volto e edito!

Mas para terminar não podiam faltar as metas para esse próximo ano!!!!
- a mais importante de todas é conseguir meu sonhado parto normal!!!!! E esse eu vou dar tudo de mim para conseguir. Se acabar em uma cesárea necessária eu não me importarei, pois eu tentei!!!!!
- mudar desse apartamento ou arrumar/reformar para ficar melhor!
- comprar um carro maior (7 lugares)
- comprar uma máquina de lavar que seca também.
- não vou colocar como meta, mas sei que vai fazer parte da minha vida: amamentar exclusivo por seis meses no mínimo, dormir juntinho com o Francisco e carregar muito ele no colo!!!!!!!!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Menina ou menino?


Quando eu pensava em filhos eu sempre pensei em ter meninos! Quando eu era pequena eu adorava os brinquedos de meninos, os esportes de meninos e não ter que usar saias e manter as pernas fechadas quando sentar hehehe Não que eu não gostasse das bonecas, casinhas, panelinhas... Mas eu adorava brincar de carrinhos, jogar bola na rua... Eu morria de vontade de fazer judô e de ter um autorama, mas eu tinha vergonha de pedir para minha e mãe e ela falar que eram coisas de meninos. Certamente se eu tivesse pedido ela teria me dado o autorama e deixado eu fazer judô, mas eu nunca pedi! E cresci pensando que teria filhos meninos para poder dar esses brinquedos legais para eles hehehe
Quando fiquei grávida da Luiza eu torci muito para que fosse um menino. Até mesmo na hora da Luiza nascer eu tinha esperança que a médica falasse "é um menino"! Mas no memento em que vi a Luiza eu esqueci de tudo isso! Para mim não importava mais se era menino ou menina! Era um filho e não importava mais nada! Era perfeito, fosse o que fosse! Menina! O mundo das bonecas, o mundo cor de rosa, o mundo dos lacinhos de cabelo e vestidinhos! A Luiza era um bebê lindo e carequinha por tanto não havia lacinho que ficasse naquela cabeça! Mas os vestidinhos foram muitos! As bonecas logo vieram, mas ela nunca ligou muito! A cor rosa foi predominante até eu enjoar e começar a incentivá-la a escolher roupas de outra cor (e implorar para minha mãe presentear com roupas de outras cores hehehe).
Quando engravidei do Henrique eu tinha uma certeza absoluta que era um menino, o meu menino tão sonhado! Acertei! Entrei no mundo dos carrinhos, das bolas e heróis, no mundo cor azul, no mundo dos bermudões, bonés e joelhos ralados! O Henrique nunca ligou para carrinhos, bolas e heróis. É um menino que gosta de correr, subir em árvores, plantar bananeira! Por isso os joelhos ralados estão sempre presentes (e os gritos de dor na hora do banho tbm). O boné de lado e os bermudões fazem parte do figurino desse menino-moleque que para minha surpresa sonha em dançar! E leva muito jeito para dança de rua ou hip hop!
Aí veio mais uma gravidez e mais um menino na minha vida! Mais carrinhos, bolas, skates, mais bermudões e bonés, mais azul (o enxoval foi todo em tons de verde e até hoje acho que o verde lhe cai muito bem). O Pietro é bem moleque. Adora chutar bola, adora carrinhos, adora chutar qualquer coisa e brinca de fazer "iáá" chutando (isso quem ensinou foi a Luiza!!!).
Nova gravidez. O Rafael queria que fosse uma menina! Eu também pensava em menina mas mais por ser diferente dos dois últimos. Mas confesso aqui que prefiro os meninos! Estou muito feliz em esperar o Francisco! Adoro o mundo dos carrinhos, das bolas, dos chutes e iáás! Adoro o mundo dos meninos (educados, deixo isso bem claro)!
Fico pensando muitas vezes no futuro e em quando eles estiverem mais velhos, casados e com filhos! Sei que será muito mais fácil a Luiza ser mais próxima de mim do que meus meninos e por isso procuro criar laços e tradições com eles que eles virão buscar quando mais velhos! Eu vou querer meus meninos próximos de mim!
Mas o rosa com azul dá roxo, não é mesmo? E roxo é a cor mais comum nos joelhos e pernas da Luiza e do Henrique heheheeh