sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sobre tudo e sobre nada

Hoje deu vontade de escrever.  De escrever sobre qualquer coisa, sobre toda minha vida, sobre nada em específico!

Qualquer coisa que me faça feliz: o olhar do Pietro, o sorriso do Henrique, as "tiradas" da Luiza e as conquistas do Francisco.  O sol da manhã, a brisa noturna, o cheiro da chuva, o cantar do galo.  O cachorro latindo, suco de manga, salada colorida, lima gelada.  Morango com creme de leite e suspiro, andar na rua de tarde, pão quentinho, dormir até mais tarde.  Barulhinho de bebê pequeno, fogos de artifício, seriado na TV, cinema com a família.  Pipoca de tarde, conversinha de bebê, piscina no calor, estrada vazia.  Natal, aniversário de filho, aniversário de casamento.  Carinho de gato, lua cheia, cheiro do mar, abraço de filho, lembrança da vó.  Lembrança do parto, (re)conhecer o filho, cheiro de filho.  Tantas coisas, quase nada...


Sobre toda minha vida: nasci em 79 em Salvador.  Cresci em São Paulo.  Estudei em 5 escolas.  Tive muitos amigos.  Passava as tardes na casa da minha avó.  Fui crescendo.  Passava as tardes sozinha em casa!  Estudava de manhã.  Fiz natação.  Quis ser psicóloga.  Quis ser veterinária.  Quis ser médica.  Quis ser terapeuta ocupacional. Namorei.  Quis ser mãe.  Tabalhei.  Engravidei.  Fui mãe.  Cresci.  Juntei.  Separei.  Fui para o Mato Grosso.  Voltei.  Casei.  Fui para Goiás.  Fui mãe de novo.  Cresci.  Voltei para São Paulo.  Trabalhei.  Estudei.  Fui mãe de novo.  Cresci.  Estagiei.  Engravidei de novo.  Pari; pari meu filho!  Cresci muito.  Mudei para a Bahia.  Tantas coisas em poucas linhas.

Tem dias que aacordo com sono, cansada e quando ouço o barulho das criançs no quarto ao lado fico pensando no trabalho que eles dão.  Hoje eu escolhi não pensar no trabalho.  Escolhi pensar nas bênçãos, nas alegrias, noss beijinhos babados. São só crianças!  Estão só apredendo!  E eu sou a mãe!  A melhor mãe do mundo para eles!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Parto no livro!

****ATENÇÃO: CONTÉM TRECHOS DO LIVRO A PASSAGEM****

Terminei de ler hoje um livro! Eu amo ler e leio muito! Eu gosto de qualquer tipo de história desde que o escritor escreva bem e consiga me prender. Menos livros de autoajuda... Pode ser vampiros apaixonantes, bruxos adolescentes, professores de simbologia ou monstros espaciais, se o escritor for bom, eu leio!
Acabei de ler A Passagem, de Justin Cronin, e confesso que fiquei arrazada quando terminou, pois é uma trilogia e quero saber o que vai acontecer. Acho que a continuação ainda não saiu...
Esse livro é bem ficção: experiências do exército com cobaias humanas infectadas com um virús transforma essas cobaias - presos que estão no corredor da morte - em criaturas assassinas que praticamente acabam com a humanidade. Quase um século depois a população restante tenta encontrar a origem de tudo isso para tentar por um fim nas criaturas e recomeçar a sociedade! Adorei o jeito que ele escreve e li o livro de 815 páginas em 22 dias! Um dos personagens do livro é uma moça grávida. Ela está atravessando os EUA junto com um pessoal e pára em uma fazenda junto com o pai do bebê. Lá ela ai ter o filho sozinha com o marido! Justin Cronin escreve sobre o parto com uma emoção fantástica! Vou transcrever aqui quando a personagem (Mausami) sente o bebê mexer pela primeira vez:

"Mausami estava no escuro, sonhando com pássaros. Acordou com uma palpitação intensa e rápida sob o coração, como um par de asas batendo dentro dela.
O bebê, pensou. O bebê está se mexendo.
A sensação veio de novo - uma nítida pressão aquática, rítmica, como círculo se alargando na superfície de um lago. Como se alguém estivesse batendo em uma janela de vidro dentro dela. Ei, você aí fora! Olá!
Suas mãos traçaram a curva da barriga embaixo da blusa, umida de suor, e ela foi inundada por um sentimento de ternura. Ei, você aí dentro! Olá!"

Achei fantástico! Mas mais do que ela sentindo o bebê mexendo foi o parto! Foram 5 páginas de um parto intenso e lindo! Bom, eu chorei quando terminou! Foi um parto longo, dolorido, com direito a cordão enrolado no pescoço e uma emoção que nunca senti em ficção nenhuma! Vou deixar uns trechos aqui! O ponto de vista é do pai que está ajudando:

"Era primavra e o bebê estava chegando. (...)
Ela havia lhe dito o que fazer, as coisas que precisaria. Lençóis e toalhas para colocar embaixo dela, para o sangue e todo o resto. Uma faca e linha de pesca para o cordão umbilical. Água para limpar o neném e um cobertor para enrolá-lo. (...)
Ela ficou de quatro. Estava usando apenas uma camiseta. Os lençóis estavam encharcados de líquidos, soltando um cheiro quente, doce, como feno recém-cortado. Ele se lembrou do sonho, no campo das ondas douradas de luz do sol.
Outra contração. Mausami gemeu e encostou o rosto no colchão.
- Não fique aí parado!
Theo subiu na cama ao lado dela, posicionando o punho em sua coluna e empurrando com toda a força.
Hora e horas. As contrações continuaram, mais longas e intensas, durante todo o dia. Theo ficou com ela na cama, apertando sua coluna até ficar com as mãos entorpecidas, os braços parecendo de borracha, de tanta fadiga. Mas, comparado ao que estava acontecendo com Mausami, seu pequeno desconforto não era nada. (...)
Imaginou se era assim sempre. Não sabia. Era horrível, interminável, diferente de tudo pelo que já passara. Imaginou se Mausami teria forças para empurrar o bebê quando chegasse a hora. Entre as contrações, ela parecia flutuar em uma espécie de sono. Theo sabia que ela estava focalizando a mente, se preparando para a próxima onda de dor que ela iria atravessar. Tudo o que podia fazer era apertar suas costas, mas isso não parecia ajudar muito. Na verdade, não parecia ajudar em nada. (...)
- Segure. Minhas pernas - disse ela, a voz entrecortada.
- Segurar como?
- Eu vou. Empurrar. Theo.
Ele se posicionou ao pé da cama e pôs as mãos contra os joelhos dela. Quando veio a contração seguinte, ela dobrou a cintura, impulsionando o peso contra ele.
- Ah, meu Deus. Estou vendo.
Ela havia se aberto como uma flor, revelando um disco de pele rosada, molhado e coberto de cabelo preto. Mas no instante seguinte a visão sumiu, as pétalas da flor se fechando novamente, puxando o bebê de volta para dentro.
Ela empurrou com força três, quatro, cinco vezes. Cada vez que empurrava, o bebê surgia, desaparecendo de modo igualmente rápido. Pela primeira vez ele pensou: esse bebê não quer nascer. Ele quer ficar onde está.
- Me ajude, Theo - implorou ela. Toda a força a havia abandonado. - Puxe-o para fora, por favor, apenas puxe-o.
- Você precisa empurrar mais uma vez, Maus.
Ela parecia completamente impotente, à beira de um colápso.
- Está me ouvindo? Você precisa empurrar!
- Não consigo! Não consigo!
Outra contração veio. Ela levantou a cabeça e soltou um grito animal de dor.
- Empurre, Maus, empurre!
Ela empurrou. Enquanto os cabelos do bebê apareciam, Theo se abaixou e enfiou o indicador dentro dela, em seu interior quente e úmido. Sentiu a curvatura de um globo ocular, o volume delicado de um nariz. Não conseguia puxar o bebê, não havia em que segurar, o bebê teria que vir até ele. Recuou e posicionou a mão embaixo dela, encostando o ombro nas pernas de Maus para lhe dar apoio.
- Estamos quase lá! Não pare!
Então, como se o toque de sua mão tivesse despertado nele a vontade de nascer, o rosto do bebê apareceu, escorregando para fora dela. Uma visão de estranheza magnífica, com orelhas, um nariz, uma boca, e olhos inchados como os de um sapo. Theo pôs a mão em concha sob a curva lisa e molhada do crânio do neném. O cordão, um tubo translúcido cheio de sangue, estava enrolado no pescoço dele. Ainda que nunca houvessem dito a ele o que fazer, Theo enfiou um dedo por baixo do cordão, levantando-o gentilmente. Depois colocou a mão dentro de Mausami, posicionou os dedos sob um dos braços do neném e puxou.
O bebê girou e se libertou enchendo as mãos de Theo com o seu corpo quente e escorregadio de pele azulada. Um menino. O bebê era um menino. Ainda não tinha respirado nem feito som algum. Sua chegada ao mundo estava incompleta. Porém Maus havia explicado bem a parte seguinte.
Theo rolou o bebê nas mãos, virando-o para baixo, deitando o corpinho leve em seu antebraço, sua mão sustentando o rosto da criança. Usando os dedos da mão livre, começou a esfregar as costas do filho com um movimento circular. Seu coração martelava no peito, mas ele não sentiu pânico: estava atento, todo o seu ser voltado para essa tarefa. Vamos, dizia Theo. Vamos, respire. Depois de tudo pelo que você passou, isso não pode ser tão difícil. O bebê havia acabado de nascer, mas Theo já se sentia dominado pelo modo como, simplesmente por existir, esse ser pequenino e cinzento em seus braços apagava todos os outros tipos de vida que Theo poderia levar. Vamos, neném. Abra os pulmões e respire.
E então ele respirou. Theo viu o peito minúsculo inflar, com um estalo discernível, e então algo quente e pegajoso em sua mão, como um espirro. O bebê respirou uma segunda vez, enchendo os pulmões, e Theo sentiu a força da vida penetrar na criança. Virou-o, estendendo a mão apra pegar um pedaço de pano. O bebê tinha começado a chorar, não os gritos robustos que ele havia esperado, mas uma espécie de miado. Enxugou o nariz, os lábios e as bochechas do neném. Então o colocou, ainda ligado ao cordão, no colo de Mausami.
O rosto dela estava exausto; as pálpebras pesadas. Nos cantos dos olhos dela ele viu um leque de rugas que não estavam aliapenas um dia antes. Ela conseguiu agradecer com um sorriso fraco. Estava terminado. O bebê havia nascido, o bebê estava finalmente ali.
Ele pôs um cobertor sobre o neném, sobre os dois, sentou-se ao lado deles na cama, e então soltou o choro do peito."

Achei lindo e mais do que isso, a naturalidade com que ele narra o parto foi emocionante! Nada de parto de novela nem de filme!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Nem tudo são flores

Eu decidi que queria ser mãe! Mas queria ser mãe de tempo integral! Decidi que queria ter muitos filhos e tenho 4. Mas não posso nunca reclamar que estou cansada, que estou querendo sair um pouco que ouço de algumas pessoas: "Mas você escolheu isso" (tom desdenhoso).
Realmente eu escolhi, eu quis e eu desejei ardentemente isso!
Esses dias atrás eu estava sentada na sala e meus filhos estavam no sofá! Só olhar para eles fez meu coração se encher de alegria: meu sonho realizado! Quantas pessoas no mundo podem dizer que realizaram um grande sonho? Meu sonho era ter muitos filhos e eu tenho e sou mãe deles. Nunca deleguei os cuidados deles à outra pessoa, nunca deixei de cumprir meu papel de mãe! Sou muito feliz por ser mãe!
Mas não é por isso que nunca vou estar cansada, descabelada e com vontade de sair correndo e gritando! Não é por eu ter desejado tanto que eu vá ter uma mente equilibrada para o resto da minha vida e nunca vá falar que está cansada com a gritaria das crianças!
Ser mãe exige paciência, determinação, coragem, sensibilidade e loucura! Não, eu não escrevi errado! Um pouco de loucura faz bem! Se eu estiver achando tudo lindo, perfeito e maravilhoso, algo está errado, pois nem tudo na vida materna são flores! A rosa é linda, mas tem muitos espinhos! Nunca ouvi alguém dizer que não gosta de rosas por causa dos espinhos!
Muitas vezes sinto muita, mas muita mesmo, falta de um tempo só para mim, um tempo para estudar, passear, relaxar sozinha, sem ficar esperando um choro, um pedido de água, sem esperar que um menino pelado vai entrar e pedir para ajudar a por a calça! Eu preciso disso! Preciso de um tempo só para mim, só ee comigo mesma! Mas sei que hoje não é possível, mas vai ser um dia! Enquanto isso eu só gostaria de dizer que eu amo meus filhos, amo ter muitos filhos, amaria ter mais filhos, amo minha vida e amo minha família! Mas nem tudo são flores na maternidade!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ano novo, pratos novos

A nossa alimentação estava deixando bem a desejar. Eu estva meio preguiçosa e só fazia arroz, feijão e alguma carne. Às vezes eu colocava algum legume na carne. A carne era de vaca, frango ou porco. Raramente peixe. Enfim uma péssima alimentação! E como aqui temos o hábito de lanchar de noite, então eu estava me sentindo muito mal, por não estar dando uma comida de qualidade para os pequenos. O único que estava bem era o Francisco, pois a papinha dele sempre foi boa!

Aí que resolvi mudar isso. Fazem só três dias, mas tem sido um sucesso total! Saladão como prato principal e algo para comer junto (arroz e feijão ou arroz com carne...). Ontem quase deu briga! Todo mundo queria repetir a salada e achei isso o máximo! O Henrique vibra cada vez que vê a travessa com salada! E eu faço a salada em uma daquelas formas marinex, das grandes. Parece salada de restaurante! Salada para 5 pessoas! O que foi na salada de hoje:
-1 pé de alface pequeno
- 1/4 de um pé de acelga grande
- 1 cenoura ralada
- 1 pepino cortado em cubinhos pequenos
- 1 tomate em cubinhos tbm
- 1/2 cebola picadinha

É de lamber a travessa heheheh

Espero continuar assim! Gosto de salada e de comida que faz bem. Não sou natureba (sem ser pejorativa na palavra), mas gosto de coisas que fazem bem e que são gostosas!

E comecei nesse ano a fazer compostagem, para fazer adulbo para nossa hortinha! Todos os restos de frutas, verduras e legumes vão para nosso cantinho da compostagem! E em algumas semanas vamos começar a plantar na hortinha! Não vejo a hora! E nossas galinhas vão começar a botar e tudo vai ser muito legal para as crianças!

Logo coloco foto da nossa hortinha! Hoje estamos fazendo a cerquinha!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

2011

Deixei passar o fim do ano e já estamos no começo desse ano... Acabei deixando o blog meio parado, não fiz metas, não contei as coisas que fiz... Mas ainda é tempo de fazer um balanço de 2010!
2010 começou bem! Eu estava grávida, esperando o Francisco, meu quarto filho! Eu estava ainda sem saber como seria meu parto. Não tinha nada definido. E nem definiria nada. A Luiza veio para a Bahia em janeiro e eu e os meninos fomos passar uns dias em Atibaia. O Rafa estava trabalhando em um salão no Campo Grande, bairro que eu cresci!
Os meses passaram rápido e posso dizer que 2010 teve muito anos, tantas foram as coisas que aconteceram.
Eu desejava e sonhava com um parto natural depois de 3 cesáreas. A busca durou uns 10 anos em termos de desgaste físico e emocional. Muito mais emocional do que físico! Acho que essa busca pelo parto e as decisões que foram tomadas me ajudou a crescer e a fortalecer meu relacionamento com o Rafa.
Enfim em abril eu pari. Acho que o parto foi tão fácil se comparado à busca por ele... A decisão mais difícil da minha vida eu tive que tomar sozinha. Mentir que eu tinha somente uma cesárea, confinado e acreditando que meu corpo funcionaria direito e arcar com todas as responsabilidades e consequencias caso não funcionasse. Essa foi a decisão mais difícil, sem sombr de dúvida! Acredito que nunca mais terei que fazer uma escolha tão difícil na minha vida e espero não precisar mesmo!
Mas enfim tudo deu certo e eu pari. Não me sinto culpada em sentir que todo o mérito foi meu e do meu marido. Foi mesmo! O Movimento de humanização não foi nada humanizado comigo. Não consegui apoio onde procurei. Não consegui soluções quando pedi. Não tive nem palavaras de conforto quando precisei. Mas isso não tem importância, pois EU CONSEGUI. Ainda tenho um pouco de mágoa sim. Poderia ter sido diferente. Eu poderia ter parido em casa como eu queria. Eu poderia ter tido uma equipe legal comigo. Mas não tive. Por isso levo todo o mérito por ter conseguido meu parto. Eu e meu marido.
Em junho decidimos sair de São Paulo e mudarmos para a Bahia, Feira de Santana. Em julho o Rafa embarcava para cá e em agosto vinha eu e as crianças! Nova vida!
Aqui muita informação nova, muita coisa nova, mas nada que já não estivesse aí! Casa nova, grande e com quintal. Piscina de plástico. Pé de acerola. Pracinha com parquinho. Chamado na igreja (lider de prof. visitante). Blog da igreja (chamado de blogueira da Ala, que segundo o Rafa eu inventei e assumi hahahah). Natal com a minha mãe aqui. E fim! O ano acabou!
Balanço:
No começo do ano tínhamos 3 filhos, agora temos 4.
No começo do ano morávamos em um apartamento de 50 m², agora só a parte de terra do quintal tem 76m².
No começo do ano morávamos em São Paulo, agora moramos na Bahia.
Temos 3 galinhas e dois gatinhos!
Continuamos felizes!

Promessas para 2011:
-ser feliz sempre!!!!!!!