sexta-feira, 1 de julho de 2011

Algumas coisas que não posso esquecer nunca

Tá bom!  Tá bom!  Já faz mais de um ano.  Pra ser mais exata fazem 14 meses e 14 dias.  Mas tem coisas que aconteceram naquele dia que eu gostaria de registrar para não esquecer.
- Dia 16 pela manhã, eu estava no posto de saúde perto de casa para pegar o número de registro do programa Mãe Paulistana e eu estava tendo as primeiras contrações.  Ainda eram levas, mas muito diferente de qualquer coisa que eu já havia sentido.  O posto estava cheio.  O Pietro estava junto.  Uma senhora pergunta pra quanto é e o Rafa responde: "Pra logo!  Pra qualquer momento!"  Mas acho que ele ainda não tinha se dado conta de verdade que as contrações já era mesmo TP.
- Um pouco mais tarde, no Extra, a cada contração eu tinha que dar uma paradinha.  O Rafa estava muito atrasado para o trabalho e em uma das minhas paradinhas ele reclamou que eu estava demorando!  Eu falei para ele que eu tinha certeza de que o meu TP estava começando, pois não conseguia andar quando vinha uma contração!
- Em casa as contrações pararam acho que por mais de uma hora!  Eu achei que tinha sido um alarme falso e fiquei muito, mas muito chateada mesmo.  Até mesmo com raiva!
- As contrações voltaram e fui ao banheiro fazer o número 2.  Saiu um pouco do tampão e fiquei tão feliz que parecia que tinha visto ouro!
- Quando a bolsa estourou eu tive certeza de que era TP mesmo!
- As contrações já estavam vindo entre 5 e 7 minutos.  Olhei para o fogão e pensei: "Se precisar chamar minha mãe para ficar com as crianças esse fogão precisa estar limpo.".  Esperei uma contração na cozinha.  quando ela passou eu olhei para o relógio e pensei: "tenho 5 minutos para limpar o fogão!".  Antes de terminar de limpar tive outra contração!
- Lembrei que eu precisava colar (com fita dupla face) 3 quadrinhos no quarto das crianças.  Entre as contrações eu subi na beirada da cama/berço do Francisco e colei os quadrinhos.  Eu pensava: "Acho que sou louca!  Em TP e colando quadro!"
- Enquanto esperava as contrações ficarem mais frequentes, regulares e fortes eu sentei para jogar um joguinho no computador, enviar fotos para o orkut, mandar email...
- Antes de ir para o hospital, como estava uma noite agradável, as vizinhas estavam lá fora conversando.  Eu estava morrendo de medo de sair de casa e dar de cara com elas, pois eu estava tendo contrações beeeem mais fortes!
- Eu falava "vai passar, vai passar, vai passar... está passando, está passando...  Passou!"
- Indo para o hospital eu gritava pra valer dentro do carro, mas entre uma contração e outra eu sentava, abria a janela do carro e brigava para o Rafael ir mais devagar, olhar o farol que estava fechado heheheh
- Antes de descer do carro no hospital eu esperei ter uma contração.  Desci e fui andando até a entrada.  No meio do caminho eu tive uma contração. Quando cheguei na entrada do hospital, tinha uma mesa e um segurança que já veio barrando a gente (mesmo o Rafa tendo acabado de sair dizendo que estava indo me buscar...).  Mas quando eu parei eu tive uma contração.  Só falei "Espera!" E fiz aquela cara de dor.  O cara deixou eu passar e me ofereceu uma cadeira de rodas!  Recusei!  Nem pensar em sentar naquele momento!
- Seguindo para o consultório da GO eu tive mais duas contrações.  Em uma delas uma senhorinha parou e perguntou para o Rafa: "É dor de parto?" e o Rafa respondeu: "Sim!  É hoje!!!"
- Tomando glicose na sala de medicação do PS.  Tinha um monte de gente com viroses por lá!  Eu me contorcia a cada contração e ouvia: "Nossa!  Deve ser prematuro, olha que barriga pequena!"  "Ela deve estar com uns 7 meses, coitada!"  "Nossa, é uma dor que a gente nunca esquece!" "Esquece sim! Você não teve mais filho depois?" "Ah!  Mas eu lembro da dor!"
- Nessa mesma sala, antes do Rafa ficar lá comigo eu falei várias vezes baixinho: "Vai corpitcho!  Funciona! Se abre rápido!"  Ficava repetindo isso!  Pq eu falava "corpitcho", eu não faço ideia!
- A médica tinha falado em me transferir de hospital.  aí ela me mandou tomar a glicose e fazer um cardiotoco.  Depois que saí da sala da médica acho que meu cérebro apagou um pouco a história da transferência!  Eu lembrava, mas não registrava.  Sei lá!  Quando ela falou que eu ficaria lá mesmo eu nem lembrava mais que eu ia ser transferida!

Acho que é isso!  Tem coisas que ficam na memória, mas com o tempo vão sumindo.  Quis registrar isso mesmo!

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