sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Ai que saudade que eu tenho...


Estava vendo fotos... Me deu uma saudade de Jataí! Aquele calor enorme que no começo eu detestava, mas com o tempo eu fui me acostumando! As longas caminhadas para ir à qualquer lugar!

E quando a gente ia fazer algo na Av. Goiás? Pra voltar era quase um martirio! Subida sempre! Lembro quando descobri que estava grávida! Naquele dia eu precisava ir ao banco (que lá fechava as 15h). Chamei um moto-táxi e desci até a Goiás. Pedi pra ele correr pq ia chover e o banco ia fechar! Corri do banco itaú até o banco do brasil antes que fechasse e não desse tempo! Voltei pra casa de moto tbm e resolvi ligar pra marcar consulta com minha GO, afinal fazia duas semanas que eu tinha feito aqueles exames de sangue que demorariam esse tempo mesmo pra ficar pronto. Liguei e a secretária dela atendeu. Quando ela perguntou o meu nome e eu falei ela disse:"Ai, não acredito! Estou tentando falar com vc faz duas semanas! É sobre os seus exames!". Pronto! Achei que eu ia morrer! "Meus exames? Deu alguma coisa errada?" E ela:"Não, eles nem foram feitos! Você está grávida!... Ai, nem sei se era pra eu te contar!" Bom, eu não comecei a chorar, mas perdi a voz! Eu nem acreditava! Falei com a médica e assim começou o meu pré-natal! Eu já sabia que era o Henrique!

E como o Rafael ficou sabendo tbm foi ótimo! Eu tinha que ir buscar a Luiza no Cesut e no caminho eu passava pela Praça da Bíblia, onde ficava a Wizard! Passei lá mais cedo e encontrei o Rafa em uma sala, só conversando com um menino. Abri a porta e perguntei:"Tem alguma coisa diferente em mim?" Os dois me olharam e disseram que não! O menino saiu e eu continuei insistindo pro Rafa adivinhar o que tinha de diferente em mim. Ele chutou tudo: emagreceu, engordou, cortou o cabelo, tirou a sobrancelha e por fim falou "tá grávida!". Foi um belo chute e eu falei TÔ! Ele chorou! Eu só ria!

Fomos buscar a Luiza na escola e ela já ficou sabendo tbm que ganharia um irmãozinho! Foi muito legal!

Tudo aconteceu lá em Jataí! Os três primeiros anos do meu casamento! Av. Goiás, Cesut, Praça da Bíblia, Rua Tiradentes, ABC, Estrelão, A Credilar (nosso quarto todo era de lá!), Clínica e Maternidade Santa Clara (onde o Henrique nasceu), Dr. Flávio (o pediatra). Pra não falar do churrasquinho de frango com bacon e que vinha com um pratinho de mandioca cozida! E a feirinha da matriz? Quando voltei pra SP já não era mais na Matriz! Tenho fotos da feirinha... Foram as ultimas fotos que tiramos em Jataí!

Lá a gente vivia! Aqui a gente vai indo! Lá não tinha shopping, mas tinha o Lago do Diacuí onde não tinha lojas mas tinha lagos. Não tinha praça de alimentação, mas tinha espaço pra pic-nic. Não tinha um monte de gente, mas tinha pato e cisne e macaquinhos tbm! O Henrique mal falava, mas tinha uma faculdade perto de casa que tinha uma grande area verde. Pela manhã vários miquinhos ficavam por lá! Logo ele aprendeu e falava "monkey".

Só vi macaquinhos aqui em SP no Zoo! A Luiza empinou pipa, aprendeu a andar de bicicleta... tudo lá!

No dia que fomos embora era meu aniversário. O ônibus atrazou e fomos comer o último churrasquinho. Na volta pra casa que já não era nossa a Luiza começou a chorar... O Rafael a pegou no colo e ela disse que não sabia o pq chorava! Ela sabia sim. Sabia que aquele tempo bom não voltaria mais. Que a calma do interior não estaria mais conosco. Que aquela vida ficaria pra trás.

Hoje somos felizes pq estamos em família! Mas a Luiza acorda às 5:30 pra pegar o ônibus às 6:15. Ela entra só as 7:15 na escola! Chega em casa às 13:00, mas a aula acabou as 12:15! Se vamos fazer qualquer coisa levamos horas no trânsito. E empinar pipa à beira do lago... nunca mais. Agora só no estacionamento do condomínio!

Peço licença à Casimiro de Abreu! Acho que ele tem obras que representam a saudade como nunhum outro!

"Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,

Cantar o sabiá!

Quero ver esse céu da minha terra

Tão lindo e tão azul!

E a nuvem cor-de-rosa que passava

Correndo lá do sul!

Quero dormir à sombra dos coqueiros,

As folhas por dossel;

E ver se apanho a borboleta branca,

Que voa no vergel!

Quero sentar-me à beira do riacho

Das tardes ao cair,

E sozinho cismando no crepúsculo

Os sonhos do porvir!"

Nenhum comentário: